La Marseillaise
La Marseillaise | |
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Português: A Marselhesa | |
"A Marselhesa" personificada em escultura no Arco do Triunfo | |
Hino Nacional França | |
Letra | Claude Joseph Rouget de Lisle, 1792 |
Composição | Claude Joseph Rouget de Lisle, 1792 |
Adotado | 1795 |
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La Marseillaise (A Marselhesa, em português) é o hino nacional da França. Foi composto pelo oficial Claude Joseph Rouget de Lisle em 1792, da divisão de Estrasburgo, como canção revolucionária. A canção adquiriu grande popularidade durante a Revolução Francesa, especialmente entre as unidades do exército de Marselha, ficando conhecida como A Marselhesa.
Seu título era originalmente Canto de Guerra para o Exército do Reno. O hino foi composto por Rouget de Lisle, oficial do exército francês e músico autodidata, a pedido do prefeito de Estrasburgo, Philippe-Frédéric de Dietrich, dias depois da declaração de guerra ao imperador da Áustria, em 25 de abril de 1792. O canto deveria ser um estímulo para encorajar os soldados no combate de fronteira, na região do rio Reno.
A canção obteve sucesso imediato e em pouco tempo, por intermédio de viajantes, chegou à Provença, no sudeste da França. Um mês depois, a canção chegava a Paris com os soldados federados marselheses, que a cantaram durante todo o percurso. Desde então, passou a ser associada à cidade de Marselha. No dia 4 de agosto o jornal La Chronique de Paris evocou o canto dos marselheses, e seis dias depois ele seria entoado durante a famosa tomada do Palácio das Tulherias.
Em 20 de setembro de 1792, o exército revolucionário, comandado pelo general Dumouriez, venceu a Batalha de Valmy, travada contra a nobreza francesa e seus aliados austríacos e prussianos, que tentavam derrubar o regime instaurado em 1789. Na ocasião, Servan de Gerbey, ministro da Guerra da França, escreveu a Dumouriez: "O hino conhecido pelo nome de La Marseillaise é o Te Deum da República".[1]
Em 1795, foi instituída pela Convenção como hino nacional.
Napoleão Bonaparte baniu A Marselhesa durante o império, assim como Luís XVIII na segunda restauração, devido ao seu caráter revolucionário. A revolução de 1830 restabeleceu-lhe o status de hino nacional, sendo inclusive reorquestrada por Hector Berlioz na década de 1830. Entretanto, Napoleão III tornaria a banir a canção até que, em 1879, com a instauração da III República, a canção foi definitivamente confirmada como o hino nacional francês, ato esse reafirmado nas constituições de 1946 e 1958.
Em 1881, o militante anticlerical Leo Taxil escreveu uma música em defesa da laicidade e da democracia liberal na França. A música usava a melodia de A Marselhesa e, por conta disso, ficou conhecida como A Marselhesa Anticlerical[2].
Não se sabe se Claude Joseph Rouget de Lisle, o autor de A Marselhesa, se inspirou, de algum modo, no primeiro andamento do Concerto n.º 25, em C major (K. 503) de Wolfgang Amadeus Mozart, datado de 1786, para realizar a melodia de A Marselhesa, porque, na verdade, existem algumas ressonâncias.
Mais tarde, em 1880, com base em A Marselhesa, Piotr Ilitch Tchaikovsky escreveu uma peça orquestral a Abertura 1812 para comemorar a vitória russa sobre Napoleão, fazendo sobressair musicalmente os temas de música russa tradicional à melodia de A Marselhesa com o intuito de mostrar precisamente essa vitória.
Na Revolução de 1917, os revolucionários adotaram para a Rússia um hino provisório denominado A Marselhesa Operária, que durou de outubro 1917 a meados de 1918, e que possuía uma adaptação da melodia de A Marselhesa.
Letra |
Em geral, somente a primeira e a sexta estrofes e o refrão são cantados atualmente na França. Existem algumas pequenas diferenças históricas entre várias versões da letra. A que segue é a versão contida no sítio oficial da Presidência da República Francesa.[3][4]
La Marseillaise | |
Allons enfants de la Patrie, | Avante, filhos da Pátria, |
Le jour de gloire est arrivé! | O dia da Glória chegou! |
Contre nous de la tyrannie, | Contra nós da tirania, |
L'étendard sanglant est levé, (bis) | O estandarte ensanguentado se ergueu.(bis) |
Entendez-vous dans les campagnes | Ouvis nos campos |
Mugir ces féroces soldats? | Rugir esses ferozes soldados? |
Ils viennent jusque dans vos bras | Vêm eles até os vossos braços |
Égorger vos fils, vos compagnes! | Degolar vossos filhos, vossas mulheres! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchons, marchons! | Marchemos, marchemos! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchez, marchez! | Marchai, marchai! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Que veut cette horde d'esclaves, | O que quer essa horda de escravos, |
De traîtres, de rois conjurés? | De traidores, de reis conjurados? |
Pour qui ces ignobles entraves, | Para quem (são) esses ignóbeis entraves, |
Ces fers dès longtemps préparés? (bis) | Esses grilhões há muito tempo preparados? (bis) |
Français, pour nous, ah! quel outrage | Franceses, para nós, ah! que ultraje |
Quels transports il doit exciter! | Que comoção deve suscitar! |
C'est nous qu'on ose méditer | É a nós que ousam considerar |
De rendre à l'antique esclavage! | Fazer retornar à antiga escravidão! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchons, marchons! | Marchemos, marchemos! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchez, marchez! | Marchai, marchai! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Quoi! des cohortes étrangères | O quê! Tais multidões estrangeiras |
Feraient la loi dans nos foyers! | Fariam a lei em nossos lares! |
Quoi! ces phalanges mercenaires | O quê! Essas falanges mercenárias |
Terrasseraient nos fiers guerriers! (bis) | Arrasariam os nossos nobres guerreiros! (bis) |
Grand Dieu! par des mains enchaînées | Grande Deus! Por mãos acorrentadas |
Nos fronts sous le joug se ploieraient | Nossas frontes sob o jugo se curvariam |
De vils despotes deviendraient | E déspotas vis tornar-se-iam |
Les maîtres de nos destinées! | Os mestres dos nossos destinos! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchons, marchons! | Marchemos, marchemos! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchez, marchez! | Marchai, marchai! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Tremblez, tyrans et vous perfides | Tremei, tiranos! e vós pérfidos, |
L'opprobre de tous les partis, | O opróbrio de todos os partidos, |
Tremblez! vos projets parricides | Tremei! vossos projectos parricidas |
Vont enfin recevoir leurs prix ! (bis) | Vão finalmente receber seu preço! (bis) |
Tout est soldat pour vous combattre, | Somos todos soldados para vos combater. |
S'ils tombent, nos jeunes héros, | Se tombarem os nossos jovens heróis, |
La terre en produit de nouveaux, | A terra novos produzirá, |
Contre vous tout prêts à se battre ! | Contra vós, todos prestes a lutarem! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchons, marchons! | Marchemos, marchemos! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchez, marchez! | Marchai, marchai! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Français, en guerriers magnanimes, | Franceses, guerreiros magnânicos, |
Portez ou retenez vos coups! | Levai ou retende os vossos tiros! |
Épargnez ces tristes victimes, | Poupai essas tristes vítimas, |
À regret s'armant contre nous. (bis) | A contragosto armando-se contra nós. (bis) |
Mais ces despotes sanguinaires, | Mas esses déspotas sanguinários, |
Mais ces complices de Bouillé, | Mas esses cúmplices de Bouillé, |
Tous ces tigres qui, sans pitié, | Todos os tigres que, sem piedade, |
Déchirent le sein de leur mère ! | Rasgam o seio de suas mães! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchons, marchons! | Marchemos, marchemos! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchez, marchez! | Marchai, marchai! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Amour sacré de la Patrie, | Amor Sagrado pela Pátria |
Conduis, soutiens nos bras vengeurs | Conduz, sustém nossos braços vingativos. |
Liberté, Liberté chérie, | Liberdade, liberdade querida, |
Combats avec tes défenseurs ! (bis) | Combate com os teus defensores! (bis) |
Sous nos drapeaux que la victoire | Debaixo as nossas bandeiras, que a vitória |
Accoure à tes mâles accents, | Chegue logo às tuas vozes viris! |
Que tes ennemis expirants | Que teus inimigos agonizantes |
Voient ton triomphe et notre gloire ! | Vejam teu triunfo e nossa glória. |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchons, marchons! | Marchemos, marchemos! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchez, marchez! | Marchai, marchai! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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(Couplet des enfants) | (Verso das crianças) |
Nous entrerons dans la carrière, | Entraremos na carreira (militar), |
Quand nos aînés n'y seront plus, | Quando nossos anciãos não mais lá estiverem. |
Nous y trouverons leur poussière | Lá encontraremos suas cinzas |
Et la trace de leurs vertus (bis) | E o resquício das suas virtudes (bis) |
Bien moins jaloux de leur survivre | Bem menos desejosos de lhes sobreviver |
Que de partager leur cercueil, | Que de partilhar seus caixões, |
Nous aurons le sublime orgueil | Teremos o sublime orgulho |
De les venger ou de les suivre. | De vingá-los ou de segui-los. |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchons, marchons! | Marchemos, marchemos! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
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Aux armes, citoyens, | Às armas, cidadãos, |
Formez vos bataillons, | Formai vossos batalhões, |
Marchez, marchez! | Marchai, marchai! |
Qu'un sang impur | Que um sangue impuro |
Abreuve nos sillons! | Banhe o nosso solo! |
Referências
↑ A Marselhesa não nasceu em Marselha. História Viva. edição 82. Agosto de 2010.
↑ A Marselhesa Anticlerical, 02 de Dezembro de 2013
↑ La Marseillaise Arquivado em 16 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine. (em francês)
↑ FP National anthem Arquivado em 12 de setembro de 2008, no Wayback Machine. (MP3 audio file)