Safim









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Disambig grey.svg Nota: Para o povoado em Malta, veja Safi (Malta).

Coordenadas: 32° 18' N 9° 14' O

















































Marrocos
Safim

آسفيⴰⵙⴼⵉ


Safi


 


  Município  


O Dar el Bahr ou Qasr el-Bahr ("Castelo do Mar"), uma fortaleza à beira-mar construída pelos portugueses no século XVI em Safim

O Dar el Bahr ou Qasr el-Bahr ("Castelo do Mar"), uma fortaleza à beira-mar construída pelos portugueses no século XVI em Safim


Safim está localizado em: Marrocos


Safim



Localização de Safim em Marrocos
Coordenadas

32° 18' N 9° 14' O

Região (1997-2015)

Doukkala-Abda
Província

Safim
Administração
 - Váli
Abdellah Bendhaiba
 - Prefeito
Mohamed Karim (2009, PI)

População (2004) [1][2]
 - Total
284 750

 - Estimativa (2012)
311 201
Código postal
46000



O Dar Sultan ("Palácio do Sultão") e o antigo cemitério




Safim no século XVI, numa gravura da obra Civitates Orbis Terrarum (1572-1617) do geógrafo alemão Georg Braun


Safim ou Safi (em berbere : Asfi ⴰⵙⴼⵉ ; em árabe: آسفي; transl.: Asfi;) é uma cidade costeira do oeste de Marrocos, capital da província homónima e da região Doukkala-Abda. Em 2004 tinha 284 750 habitantes[1] e estimava-se que em 2012 tivesse 311 201 habitantes.[2]


Está situada na costa atlântica, na foz do oued Châaba e na orla do planalto de Abda, 135 km a sudoeste de El Jadida, 245 km a sudoeste de Casablanca, 125 km a nordeste de Essaouira, 300 km a norte de Agadir e 150 km a noroeste de Marraquexe.


Foi uma possessão portuguesa entre 1508 e 1541, referida como praça-forte de Safim. Atualmente é uma cidade industrial e portuária, por onde são escoados para exportação os fosfatos e onde se concentra a maior parte da indústria marroquina de fertilizantes ligada aos fosfatos, produto do qual Marrocos é o principal exportador mundial. É também conhecida por ser o principal porto de pesca de sardinha de Marrocos e pela sua indústria química e pela cerâmica, tanto artesanal como industrial. Apesar da sua vocação industrial, a produção agrícola tem também grande relevância económica, empregando metade da população da região.




Índice






  • 1 História


    • 1.1 Antiguidade e Idade Média


    • 1.2 Possessão portuguesa


      • 1.2.1 Governadores portugueses




    • 1.3 Abertura à Europa


    • 1.4 Século XX




  • 2 Notas e referências


  • 3 Ligações externas





História |



Antiguidade e Idade Média |


As referências escritas sobre o aparecimento de Safim são escassas. O cabo Ussádio, um entreposto fenício a crer nos escritos de Ptolemeu, provavelmente frequentado mais tarde pelos romanos, aparece nos textos árabes com o nome de Asfi a partir do século XI como um pequeno porto de interesse local.


Safi (Hadirat al Mouhit), ou cidade do mar envolvente, segundo a expressão de ibne Caldune, era o porto da capital do Califado Almóada, Marraquexe, no século XII e tinha relações diretas com o Alandalus. Era então muito urbanizada, dotada de importantes fortificações e duma grande mesquita central, a qual se encontrava ligada a numerosas instituições. Sob os almóadas, no sinal do século XII, Abi Mohammed Salih, que depois viria a ser o santo padroeiro da cidade, fundou um arrábita (espécie de convento fortificado) no subúrbio de Tasaffyn (Al-Safy), cuja função religiosa ganha grande fama.


Na cidade são fundadas duas ordens religiosas, as primeiras do seu género em Marrocos: uma tariqa (irmandade sufista) e a Tafa dos Houjjaj, uma organização de peregrinações a Meca, com uma extensa rede de centros de acolhimento (Sijilmassa, Tlemcen, Bugia, Cirenaica, Alexandria, etc.), numa época em que essa obrigação islâmica estava suspensa devido à insegurança.


Formada por duas entidades urbanas, a cidade é dotada no século XIV dum madraçal, edificado pelo sultão merínida Abu al-Hasan 'Ali, um bimaristan (hospital), além de várias outras instituições, como uma qaysaria, un mohtasseb, ao mesmo tempo que Safim se afirma como um lugar de trocas comerciais importantes com a Génova, Sevilha, Marselha e outros grandes portos comerciais mediterrânicos. No final do século XV, a pressão portuguesa acentua-se.



Possessão portuguesa |


Constituía-se na capital fortificada de um pequeno reino muçulmano, que reconhecia a soberania de Portugal desde 1488, época das conquistas portuguesas de Arzila e Tânger. Naquele ano, o alcaide da cidade reconhecia o "rei de Portugal como seu senhor, por si e por seus concidadãos, presentes e futuros", e comprometia-se a pagar um tributo de 300 meticais de ouro ou o seu valor em mercadorias. Como símbolo dessa suserania recebia "a bandeira real e um atabaque" que o rei de Portugal lhe entregava; em contrapartida, tanto o alcaide como os moradores da cidade podiam circular sem restrições em todos os "domínios portugueses daquém e além-mar", podendo neles negociar em pé de igualdade com "os outros seus naturais ou vassalos".


A cidade foi conquistada sem dificuldade por Diogo de Azambuja em 1508, vindo a ser abandonada em 1542, após a queda da Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué no ano anterior (1541).


O seu complexo defensivo contava com cerca de três quilómetros de muralhas envolvendo a cidade, dominada por uma fortificação construída pelos portugueses: o chamado Castelejo ("Kechla"). Via de penetração para Marraquexe, a cidade e sede episcopal de Safim recebeu uma forte cerca amuralhada com risco dos irmãos Diogo de Arruda e Francisco de Arruda (1512) com destaque para um imponente baluarte circular que ladeava a porta do chamado "Castelo de Terra", cujas obras só seriam concluídas em 1540, dois anos antes do abandono da praça. Posteriormente a 1512, foi erguido ainda o chamado "Castelo do Mar", em estilo manuelino, a título de obra complementar, para defesa do porto.


É considerada como a mais bela das praças-fortes portuguesas no Marrocos. As suas estruturas foram objeto de restauração nas últimas décadas, encontrando-se em excelente estado de conservação. No "Castelo do Mar" encontram-se actualmente trinta peças de artilharia, algumas das quais portuguesas. Destacam-se ainda os vestígios da antiga catedral, convertida em uma mesquita, actualmente requalificada como museu.



Governadores portugueses |



  • 1508 - 1509 - Diogo de Azambuja

  • 1509 - 1510 - Pedro de Azevedo

  • 1510 - 1516 (19 de maio) - Nuno Fernandes de Ataíde

  • 1516 - 1520 - D. Nuno Mascarenhas

  • 1520 - 1522 - Francisco Lopes Girão

  • 1523 - 1525 (9 de outubro) - Gonçalo Mendes Sacoto

  • 1525 (9 de outubro) - 1529 - Garcia de Melo

  • 1529 - 1533 - Francisco Lopes Girão (segunda vez)

  • 1533 - D. João de Faro

  • 1534 - Rui Freire

  • 1534 (março) - 1534 (maio) - Luís de Loureiro

  • 1534 (maio) - 1534 (setembro) - D. Garcia de Noronha

  • 1534 (setembro) - 1535 - D. Jorge de Noronha

  • 1535 - 1541 - D. Rodrigo de Castro[3]

  • 1541 - 1542 Luís de Loureiro (segunda vez)



Abertura à Europa |


De novo ligada a Marraquexe sob os Saadianos, Safim mantém-se como um dos portos mais importantes do reino até à fundação de Essaouira, na segunda metade do século XVII. Foi sede de vários consulados estrangeiros e no século XIX participa na abertura comercial de Marrocos às potências estrangeiras.


À semelhança de Tânger, a comunidade judia é importante e não ocupa uma mellah (bairo especificamente para judeus). A existência de cultos mistos judeu-muçulmanos, como a dos Oulad Zmirro, os sete santos judeus enterrados em Safim, que perdurou até meados do século XX, atesta as boas relações entre as duas comunidades.


No século XVII, o cônsul de França tem a sua residência em Safim e é nesta cidade que o comandante de Rasilly assina em nome de Luís XIII vários tratados de comércio entre o Império Charifiano e França. No entanto, a cidade declina completamente no século XIX.



Século XX |


Safim volta a ganhar importância e a desenvolver-se com a pesca industrial, sobretudo de sardinha. A indústria conserveira ligada a sardinha desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial e o porto de Safim tornou-se o principal porto de pesca de sardinha do mundo nos anos 1950. A cidade é igualmente o ponto de escoamento dos minerais de Jbilet e dos fosfatos de Youssoufia (90 km a nordeste).


Nos anos 1970 foi construído um grande complexo químico alguns quilómetros a sul da cidade.



Notas e referências |




  • Le Guide Vert - Maroc (em francês). Paris: Michelin. 2003. p. 374-378. 460 páginas. ISBN 978-2-06-100708-2 


  • Ellingham, Mark; McVeigh, Shaun; Jacobs, Daniel; Brown, Hamish (2004). The Rough Guide to Morocco (em inglês) 7ª ed. Nova Iorque, Londres, Deli: Rough Guide, Penguin Books. p. 389-393. 824 páginas. ISBN 9-781843-533139  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)




  1. ab Royaume du Maroc - Haut-Comissariat au Plan. «Recensement général de la population et de l'habitat 2004» (PDF). www.lavieeco.com (em francês). Jornal La Vie éco. Consultado em 9 de março de 2012. 


  2. ab «Maroc: Les villes les plus grandes avec des statistiques de la population». gazetteer.de (em francês). World Gazeteer. Consultado em 9 de março de 2012. 


  3. "Senhor do morgado do Torrão",[desambiguação necessária] "D. Rodrigo de Castro, chamado o Hombrinhos, Capitão de Safim, & irmão de D. Leonor de Castro, mulher de D. Francisco de Borja, Marquez de Lombay, & Duque de Gandia. In Corografia Portugueza, e descriçam topografica do famoso reyno de Portugal, etc. Pelo P. Antonio Carvalho da Costa. Lisboa, na officina de Valentim da Costa Deslandes. 1708. Tomo segundo p. 369.





Ligações externas |




O Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Safim






  • Site oficial da Província de Safim (em francês). www.safi.ma. Página visitada em 9 de março de 2012


  • «As maravilhas de Portugal no Mundo - Fortaleza da Sáfi, Marrocos». tv1.rtp.pt. Rádio e Televisão de Portugal. 19 de maio de 2009. Consultado em 9 de março de 2012. 


  • Kjeilen, Tore. «Safi». LookLex.com (Lexic Orient) (em inglês). Consultado em 9 de março de 2012. 


  • «Dados meteorológicos de Safim». www.Weatherbase.com (em inglês). Canty and Associates LLC. Consultado em 9 de março de 2012. 


  • «Serviço Internacional» (PDF). Consultado em 15 de dezembro de 2012. 


  • «Arco triunfal da antiga catedral de Safim». Consultado em 15 de dezembro de 2012. 


  • «Safim». Consultado em 15 de dezembro de 2012. 


  • «Património de Influência Portuguesa». Consultado em 15 de dezembro de 2012. 























































































































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