Carbeas
Carbeas | |
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Morte | 863 |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | Oficial militar |
Religião | Paulicianismo |
Carbeas (em grego: Καρβέας/Καρβαίας; transl.: Karbéas/Karbaías; m. 863)[1] foi um líder pauliciano que, após os programas anti-paulicianos, abandonou seu serviço do exército bizantino e fugiu para os árabes. Com a ajuda do emir de Melitene, Ambros (Umar al-Aqta), fundou o Principado Pauliciano de Tefrique, que ele governou até sua morte em 863. Durante este período, ele participou junto de Ambros em vários raides contra o Império Bizantino.
Índice
1 Biografia
2 Impacto cultural
3 Referências
4 Bibliografia
Biografia |
Carbeas era um protomandador (oficial sênior) a serviço de Teódoto Melisseno, o estratego do Tema Anatólico.[1][2][3] Nas primeiras décadas do século IX, os paulicianos estavam bem estabelecidos como uma comunidade numerosa e belicosa através da Ásia Menor, mas foram vistos como heréticos pelo Estado Bizantino e, por isso, eram perseguidos de forma intermitente. Sob a liderança de seu líder espiritual e militar, Sérgio Tíquico, se revoltaram várias vezes contra o império a partir de seus diversos redutos anatólios, colaborando às vezes com os árabes.[4]
Como resultado, a imperatriz regente bizantina Teodora iniciou uma enorme perseguição por todo o império contra os paulicianos em 843, onde supostamente 100 000 paulicianos foram mortos. Com cerca de 5 000 seguidores, Carbeas fugiu para o emirado árabe de Melitene.[1][2][5] Porém, é possível que Carbeas e seus correligionários já tivessem fugido para os árabes durante o reinado do marido de Teodora, o imperador Teófilo (r. 829–842).[6]
Com o auxílio do emir de Melitene, Ambros, Carbeas fundou um Estado pauliciano independente centrado em Tefrique, no Alto Eufrates, que também incluía as recém-fundadas cidades de Amara e Argau. De lá, participou regularmente dos raides (razias) dos emirados árabes na fronteira na Anatólia bizantina.[5][7][8] Segundo o patriarca de Constantinopla Fócio, Carbeas era apenas o líder militar da comunidade pauliciana, pois nenhum sucessor de Sérgio como líder espiritual fora nomeado.[9] De fato, Fócio relata que embora capaz e dotado de discurso persuasivo, Carbeas era totalmente sem escrúpulos morais, e lutou menos por sua fé, em vez de glória.[1]
Segundo uma versão do martírio dos 42 mártires de Amório, em 845 ele estava em Samarra, capital do Califado Abássida, com vários de seus homens. Em 859, junto com Omar, marcou um grande sucesso ao repelir um ataque bizantino contra Samósata, liderado pelo imperador Miguel III, o Ébrio (r. 842–867) e seu tio Bardas, tomando muitos cativos, alguns dos ele conseguiu persuadiu a juntarem-se a sua causa.[1] Ele morreu em 863, ou de causas naturais ou nas mãos dos bizantinos na Batalha de Lalacão,[2][10] e foi sucedido por seu sobrinho, Crisóquero.[11]
Impacto cultural |
Carbeas tem sido sugerido como a inspiração por trás de Caroes (Καρώης), o tio muçulmano do pai de Digenis Acritas, o herói epônimo da mais famosa das canções acríticas. Similarmente, Crisóquero seria o avô de Digenes, Crisóqueres (Chrysocheres).[12][13] De acordo com o relato do século X de Almaçudi (Os Prados de Ouro, VIII, 74-75), ele estava entre os muçulmanos ilustres cujos retratos estavam em exposição nas igrejas bizantinas em reconhecimento por seu valor.[12] Além disso, Marius Canard sugere-o como um arquétipo de Yanis no precoce épico árabe abássida Delhemma.[14]
Referências
↑ abcde Winkelmann 2000, p. 455–456.
↑ abc Kazhdan 1991, p. 1107.
↑ Nersessian 1987, p. 79.
↑ Nersessian 1987, p. 52–53.
↑ ab Nersessian 1987, p. 53.
↑ Vasiliev 1935, p. 229–231.
↑ Vasiliev 1935, p. 231–232.
↑ Whittow 1996, p. 310–311.
↑ Nersessian 1987, p. 23–24.
↑ Whittow 1996, p. 311.
↑ Kazhdan 1991, p. 452.
↑ ab Vasiliev 1935, p. 231 (Note #1).
↑ Beaton 1993, p. 35, 42.
↑ Canard 1991, p. 237.
Bibliografia |
Beaton, Roderick; Ricks, David (1993). Digenēs Akritēs: New Approaches to Byzantine Heroic Poetry. Aldershot, Inglaterra: Variorum. ISBN 978-0-86-078395-4 A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor=
(ajuda)
Canard, Marius (1991). Les principaux personnages du roman de chevalerie arabe Ḏāt al-Himma wa-l-Baṭṭāl. Arabica - Journal of Arabic and Islamic studies (em francês). 8. [S.l.: s.n.] pp. 158–173. ISSN 0570-5398
Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
Nersessian, Vrej (1987). The Tondrakian Movement: Religious Movements in the Armenian Church from the Fourth to the Tenth Centuries. Londres, Reino Unido: Kahn & Averill. ISBN 978-0-90-070792-6
Vasiliev, A. A. (1935). Byzance et les Arabes, Tome I: La Dynastie d'Amorium (820–867) (em francês). Bruxelas: Éditions de l'Institut de Philologie et d'Histoire Orientales
Whittow, Mark (1996). The Making of Byzantium, 600–1025. Berkeley e Los Angeles: California University Press. ISBN 0-520-20496-4
Winkelmann, Friedhelm; Lilie, Ralph-Johannes et al. (2000). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit: I. Abteilung (641–867), 3. Band (em alemão). [S.l.]: Walter de Gruyter. ISBN 3-11-016673-9 A referência emprega parâmetros obsoletos|coautor=
(ajuda)