Correio do Povo
Correio do Povo | |
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Correio do Povo | |
Empresa Jornalística Caldas Júnior Ltda. | |
Periodicidade | Segunda a Sábado |
Formato | Tabloide |
Sede | Porto Alegre, RS |
Preço | R$ 2,50 (segunda a sábado/+Domingo) (Grande POA) R$ 3,00 (segunda a sábado/+Domingo) (Interior RS, SC e PR) |
Assinatura | Impresso segunda a domingo: R$ 71,90 (Interior RS, SC e PR) R$ 69,90 (Grande POA) Impresso segunda a sexta: R$ 61,90 (Interior RS, SC e PR) R$ 59,90 (Grande POA) Impresso sábado e domingo: R$ 45,90 (Interior RS, SC e PR) R$ 43,90 (Grande POA) Digital: R$ 31,90 (Grande POA, Interior RS, SC e PR) |
Slogan | O jornal que vai direto ao ponto |
Fundação | 1 de outubro de 1895 31 de agosto de 1986 (relançamento) |
Fundador(es) | Caldas Júnior |
Presidente | Sidney Costa |
Pertence a | Grupo Record |
Diretor | Telmo Flor |
Circulação | Estadual |
O Correio do Povo é um jornal diário brasileiro em formato tabloide pertencente ao Grupo Record [1], com circulação no estado do Rio Grande do Sul. Foi fundado em 1 de outubro de 1895 pelo jornalista Caldas Júnior. Circulou durante 89 anos de forma ininterrupta, entre 1895 e junho de 1984, reiniciando sua publicação em 31 de agosto de 1986.
Índice
1 História
1.1 O róseo
1.2 Breno Caldas
1.3 Jornal literário
1.4 Uma nova fase
2 Colunistas
3 Referências
4 Bibliografia
5 Ligações externas
História |
O róseo |
Com apenas 26 anos de idade, Caldas Júnior revolucionou a imprensa riograndense, ao fundar um jornal que, segundo declarou no editorial de seu primeiro número: "Este jornal vai ser feito para toda a massa, não para determinados indivíduos de uma facção."[2]
Como assinala o historiador Nestor Ericksen, na época a imprensa gaúcha caracterizava-se pelas fortes tendências políticas, influindo diretamente na opinião pública local, de acordo com os interesses partidários. Havia jornais pró-maragatos e pró-pica-paus, alcunhas pelas quais eram conhecidos os adeptos dos principais partidos políticos gaúchos ao final do século XIX.[3]
Os maragatos identificavam-se pelo uso de um lenço vermelho em volta do pescoço, os chimangos, pelo uso de lenço branco. Caldas Júnior, para mostrar que o Correio estava equidistante das duas correntes, imprimiu seu jornal num papel de tom rosado, daí ter sido conhecido, nos seus primeiros tempos, como o róseo.[4]
A primeira edição do Correio do Povo saiu com quatro páginas e 2 mil exemplares. Pouco mais de três anos depois, já eram 4,5 mil exemplares.[4] Desde então, o Correio passou a ostentar no cabeçalho os seguintes dizeres: O jornal de maior circulação e tiragem do Rio Grande do Sul.[4]
O Correio foi inovador na profissionalização dos jornalistas, passando a contar com quadro próprio e não, como ocorria em outros jornais da época, com colaboradores que tinham outra fonte de renda. Também deu ênfase aos aspectos tecnológicos: por exemplo, teve quatro impressoras num período de quinze anos, também teve a primeira impressora rotativa do Rio Grande do Sul, em 1910, quando atingiu uma circulação de 10 mil exemplares.[4]
Breno Caldas |
Com a morte prematura do fundador, em 1913, sua viúva Dolores Alcaraz Caldas assumiu o controle e o jornal passou por dificuldades econômicas, que só cessaram em 1935, quando a direção da Companhia Jornalística Caldas Júnior foi assumida por seu filho, Breno Alcaraz Caldas, nela permanecendo por mais de cinquenta anos.[4]
Em 1946, o jornal deixou as instalações alugadas que ocupava na Rua dos Andradas, instalando-se no então edifício Hudson, na atual rua Caldas Júnior. A via, que se chamava Paissandu, ganhara o nome do fundador do Correio, que ostenta até hoje, dois anos antes, por decreto do prefeito Antônio Brochado da Rocha. O antigo Hudson é o mesmo prédio que ainda hoje abriga as redações do Correio do Povo e da Rádio Guaíba.[4]
Em 20 de setembro de 1972, o Correio sentiu a repressão da censura imposta à imprensa pelo regime militar. Ao publicar uma reportagem sobre pronunciamentos de parlamentares contra a censura, apesar de advertido a não fazê-lo, Breno Caldas viu toda a edição daquele dia ser apreendida pela Polícia Federal.[5]
Quando o comandante da operação determinou que a edição apreendida fosse transportada nos caminhões do próprio jornal para a sede da Polícia Federal, Breno Caldas interveio pessoalmente proibindo que os caminhões fossem usados para essa finalidade, o que obrigou os policiais a requisitarem caçambas que trabalhavam no cais do porto, ali perto.[5]
Jornal literário |
Desde seu primeiro número, o Correio se apresenta não só como um órgão comercial, mas também literário. Na última página, um folhetim ao gosto da época, de autoria de Oliveira Bello. E em sua primeira página, os Rabiscos de Tenório, pseudônimo que ocultava o fundador, Caldas Júnior. Nos números seguintes, Emile Zola e Machado de Assis se faziam tão presentes como os literatos do estado.[4]
A partir de 1899, o jornal institui uma seção chamada Poetas do Sul, na qual colaboram os nomes mais importantes da literatura gaúcha do final do século XIX: Apolinário Porto Alegre, Damasceno Vieira, Mário Totta, Múcio Teixeira e Zeferino Brasil, entre outros.[4]
À seção "Poetas do Sul", seguiu-se Literatura e Páginas Literárias, desembocando no suplemento Caderno de Sábado, que começou a circular no dia 30 de setembro de 1967 e transformou-se em "Letras & Livros" em 8 de agosto de 1981.[4]
Zeferino Brasil, Sérgio de Gouvea, Paulo de Gouvea, Carlos Reverbel, Oswaldo Goidanich (Goida), P.F.Gastal e Sérgio Faraco se sucederam na direção das seções e suplementos literários do Correio.[4]
Em 4 de fevereiro de 1934, Mário Quintana estreia no Correio, com o poema Madrugada. Mas Quintana somente passou a ser colaborador constante do jornal ao lançar seu Caderno H na edição de 18 de junho de 1953. Com algumas interrupções, esteve presente em suas páginas até à sua morte, em 5 de maio de 1994.[4]
Uma nova fase |
A partir de 1979, a Companhia Jornalística Caldas Júnior começou a enfrentar dificuldades, por conta da elevada dívida assumida para a instalação da TV Guaíba. Foi um período em que as portas de novos financiamentos se fecharam no Brasil, devido à primeira crise internacional do petróleo, e a inflação recrudesceu.[4]
Em 16 de junho de 1984, o Correio deixou de circular, somente retornando em 31 de agosto de 1986, já sob o controle do empresário Renato Bastos Ribeiro.[4]
Em 26 de maio de 1987, passou a ser um tabloide e experimentou novas inovações tecnológicas.[4]
Em março de 2007, o Correio do Povo passou a fazer parte do Grupo Record conglomerado de mídia controlado pelo empresário Edir Macedo, juntamente com outras empresas do grupo, a TV Guaíba e as rádios Guaíba AM e FM, bem como o Edifício Hudson, no centro de Porto Alegre, onde funciona a redação do jornal.[6]
Em 4 de junho de 2016 , o jornal passa a ter as edições de fim de semana sendo publicadas apenas aos sábados. A edição dominical (+Domingo) passou a ser disponibilizada primeiro para os assinantes do jornal impresso (vindo junto com o exemplar de sábado) e da versão digital do mesmo (disponibilizada para leitura e download nos dispositivos digitais) sendo vendida no dia seguinte para o público em geral.
Colunistas |
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Referências
↑ «Record compra jornal Correio do Povo, de Porto Alegre - Economia - Estadão». Consultado em 1 de julho de 2015.
↑ «Diversas». Correio do Povo. 1 de outubro de 1895
↑ «Revista PJ:Br - Jornalismo Brasileiro». www2.eca.usp.br. Consultado em 1 de julho de 2015.
↑ abcdefghijklmn Walter Galvani (1995). Um Século de Poder - Os bastidores da Caldas Júnior. [S.l.]: Mercado Aberto
↑ ab «Correio do Povo, o jornal influente do Estado em 1952 | Memória Famecos». projetos.eusoufamecos.net. Consultado em 1 de julho de 2015.
↑ «Folha de S.Paulo - Imprensa: Igreja Universal compra o jornal "Correio do Povo", do RS - 14/03/2007». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 1 de julho de 2015.
Bibliografia |
- FRANCO, Sérgio da Costa. Guia Histórico de Porto Alegre (4a. ed.). Porto Alegre: Editora da Universidade (UFRGS), 2006.
Ligações externas |
- Website oficial
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