Presidente da Alemanha
Presidente Federal da Alemanha Bundespräsident der Bundesrepublik Deutschland | |
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Estandarte do Presidente Federal da Alemanha (Bundespräsident) | |
No cargo Frank-Walter Steinmeier desde 19 de março de 2017 | |
Residência | Palácio de Bellevue Villa Hammerschmidt |
Duração | Cinco anos, renovável uma vez |
Criado em | 11 de fevereiro de 1919 |
Primeiro titular | Friedrich Ebert |
Website | www.bundespraesident.de |
O Presidente Federal da Alemanha (alemão: Bundespräsident) é o Chefe de Estado da Alemanha. A Constituição alemã confere à presidência um poder de caráter fundamentalmente representativo, pois, para prevenir os problemas que se deram durante a República de Weimar, não tem capacidade de manobra alguma no processo de eleição do Chanceler da Alemanha e nem pode ditar decretos de urgência.
Índice
1 Presidentes de Alemanha
1.1 Presidentes do Reich Alemão (1919-1945)
1.1.1 Eleição
1.1.2 Lista de ocupantes do cargo
1.1.3 Poderes emergenciais
1.1.4 Deveres e responsabilidades
1.1.5 Estandartes presidenciais
1.2 Chefes de Estado da República Democrática Alemã (1949-1990)
1.3 Presidentes da República Federal da Alemanha (1949-presente)
2 Ver também
3 Referências
4 Ligações externas
Presidentes de Alemanha |
Presidentes do Reich Alemão (1919-1945) |
O Reichspräsident foi o Chefe de Estado alemão durante a vigência da Constituição de Weimar entre 1919 e 1945. Em português o termo é referido como Presidente da Alemanha. O título alemão Reichspräsident em tradução literal significa "Presidente do Império", o termo Reich referindo-se Império Alemão estabelecido em 1871.
A constituição de Weimar criou um sistema semipresidencial onde o poder era dividido entre o presidente, um gabinete e o parlamento. O Reichspräsident era eleito diretamente através do voto para um mandato de sete anos. A intenção era de que o presidente governasse em conjunto com o Reichstag (instituição) e que seus poderes emergenciais fossem exercidos apenas em ocasiões extraordinárias, porém a instabilidade política da era Weimar e o partidarismo travando o legislativo significou que o presidente passou a ocupar uma posição de poder considerável, compoderes para governar por decreto e nomear e destituir governos de acordo com seus desejos , não muito diferente dos Imperadores que os antecederam.
Ebert pretendia disputar a eleição presidencial de 1922, quando o clamor gerado pelo assassinato de Walther Rathenau gerou uma atmosfera pró-republicana. Entretanto, o político Nacional Liberal Gustav Stresemann convenceu os outros partidos de centro que a situação ainda era muito turbulenta para realizar as eleições. Então, o Reichstag estendeu o mandato de Ebert até 30 de junho de 1925, uma manobra que ia contra o texto da constituição, porém que foi aprovada por dois terços do Reichstag, a maioria necessária para mudanças na constituição. Ebert morreu no cargo em fevereiro de 1925.
O primeiro a ocupar o cargo de Presidente foi o social democrata Friedrich Ebert eleito pela Assembleia Nacional de Weimar em 11 de fevereiro de 1919.
Apenas duas eleições presidenciais ocorreram de acordo com o disposto na Constituição de Weimar, em 1925 e 1932:
- Eu juro dedicar minha energia ao bem-estar do Povo Alemão, melhorar sua prosperidade, prevenir prejuízos, garantir a Constituição do Reich e suas leis, para conscientemente honrar os meus deveres e exercer a justiça para todos.
O Presidente não poderia ser membro do Reichstag (parlamento) ao mesmo tempo. A Constituição exigia que posse do presidente prestasse o seguinte juramento:
A lei garantia que a presidência poderia ser ocupada por qualquer alemão que atingisse os 35 anos de idade. A eleição direta do presidente acontecia em um sistema eleitoral com dois turnos. Se nenhum candidato atingisse a maioria absoluta dos votos (50% dos votos mais 1) no primeiro turno, uma segunda votação seria agendada para uma data posterior. No segundo turno, o candidato que atingisse a maioria relativa dos eleitores era declarado eleito. O partido poderia indicar um candidato substituto no lugar do que fora apoiado no primeiro turno.
Pela Constituição de Weimar, o Presidente era eleito de forma direta pela sufrágio universal para um mandato de sete anos e sem limite de reeleições.
Eleição |
Após a morte do Generalfeldmarschall von Hindenburg, Adolf Hitler assumiu os cargos de Chanceler e Chefe de Estado, se auto-nomeando Führer und Reichskanzler ("Líder e Chanceler"), mas sem utilizar o título de Reichspräsident. Após seu suicídio em 30 de abril de 1945, Hitler nomeou o Großadmiral Karl Dönitz como Presidente. Dönitz foi preso em 23 de maio e 1945 e seu cargo foi dissolvido.
B Walter Simons, Presidente da Suprema Corte, foi chefe de Estado interino entre 12 de março e 12 de maio de 1925.
A Hans Luther, Chanceler da Alemanha, foi chefe de Estado interino entre 28 de fevereiro e 12 de março de 1925.
- Partido Político
SPD
NSDAP
Sem partido
No. | Imagem | Nome (Nascimento-Morte) | Eleito em | Posse no cargo | Saída do Cargo | Partido |
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1 | Friedrich Ebert (1871–1925) | 1919 | 11 de fevereiro de 1919 | 28 de fevereiro de 1925 (morreu no cargo) | SPD | |
– | Hans Luther[A] (1879–1962) | – | 28 de fevereiro de 1925 | 12 de março de 1925 | Sem partido | |
– | Walter Simons[B] (1861–1937) | – | 12 de março de 1925 | 12 de maio de 1925 | Sem partido | |
2 | Generalfeldmarschall Paul von Hindenburg (1847–1934) | 1925 1932 | 12 de maio de 1925 | 2 de agosto de 1934 (morreu no cargo) | Sem partido | |
3 | Almirante Karl Dönitz (1891–1980) | – | 1 de maio de 1945 | 23 de maio de 1945 (detenção; o cargo foi abolido) | NSDAP |
Lista de ocupantes do cargo |
A Constituição alemã de 1949 estabeleceu o cargo de Presidente da Alemanha (Bundespräsident), que é entretanto um posto meramente cerimonial, desprovido na sua maior parte de qualquer poder político.
Em 1934, após a morte de Paul von Hindenburg, Adolf Hitler, então Chanceler da Alemanha assumiu a presidência,[1] porém não utilizava regularmente o título de Presidente – aparentemente por respeito a Hindenburg – preferindo governar como Führer und Reichskanzler ("Líder e Chanceler do Reich"), destacando as suas posições já mantidas no partido e governo. Em seu Testamento político de Adolf Hitler, Hitler nomeou Joseph Goebbels ao cargo de Chanceler e Karl Dönitz como Reichspräsident
A Eleição presidencial na Alemanha em 1925 aconteceu em 1925. Após um primeiro turno sem vencedor, um segundo turno aconteceu, onde Paul von Hindenburg, um herói de guerra foi indicado pelos partidos de direita, após a desistência do candidato que concorrera no primeiro turno pelos direitistas, venceu pela maioria dos votos. Hindenburg cumpriu todo seu mandato e foi reeleito em Eleição presidencial na Alemanha em 1932, dessa vez indicado pelos partidos pró-republicanos que tentavam impedir a eleição de Adolf Hitler ao cargo. Hindenburg morreu no cargo em agosto de 1934, pouco depois de dois anos de sua reeleição, tendo indicado Hitler como Chanceler. Hitler então assumiu os poderes de Chefe de Estado, mas não usou o títtulo de Presidente até a morte, quando nomeou Karl Dönitz seu sucessor como Presidente em seu testamento político.
Poderes emergenciais |
- Indicação do governo: O Reichskanzler ("Chanceler") e seu conselho de ministros eram nomeados e destituídos pelo presidente. Não era exigido um voto de confirmação no Reichstag antes da posse dos membros do conselho, mas qualquer membro do gabinete era obrigado a demitir-se se o órgão emitir um voto de não-confiança nele. O presidente podia indicar e destituir o Chanceler de acordo com sua vontade, porém todos os outros membros do gabinete, salvo em caso de indicação de não-confiança, somente podiam ser indicados e afastados a pedido do Chanceler.
- Dissolução do Reichstag: O presidente era res tinha o direito de dissolver o Reichstag a qualquer momento, devendo haver eleições gerais dentro de sessenta dias. Na teoria, não lhe era permitido fazê-lo novamente pelo mesmo motivo, mas essa limitação tinha pouca importância na prática.
- Promulgação da lei: O presidente era responsável pela promulgação das leis. O presidente tinha a obrigação constitucional de assinar todas as leis aprovadas em conformidade com os procedimentos, mas podia solicitar que um projeto de lei fosse primeiro submetido ao eleitorado em um referendo. Entretanto, o referendo somente teria validade para reverter a decisão do Reichstag se a maioria da população com direito ao voto participasse.
- Relações internacionais: Pela constituição, o presidente era responsável por representar a nação em seus assuntos externos, acreditar e receber embaixadores e concluir tratados em nome do Estado. Entretanto, a aprovação do Reichstag era necessária para declarar guerra, concluir a paz ou qualquer outro tratado relacionado as leis alemãs.
- Comandante-em-chefe: O presidente detinha o "supremo comando" das forças armadas.
- Anistias: O presidente tinha o direito de conceder anistias.
Deveres e responsabilidades |
A Constituição de Weimar assegurava ao presidente amplos poderes em caso de uma eventual crise. De acordo com o artigo 48 o presidente poderia, "tomar todas as medidas necessárias para restabelecer a lei e a ordem", se "a ordem pública e a segurança fosse seriamente abalada". Tais medidas incluiam o uso de força armada e a suspensão de diversos direitos civis. O mais importante é que o presidente poderia assumir os poderes legislativos do Reichstag através de Notverordnungen, (decretos emergenciais).
Estandartes presidenciais |
1919–1921
1921–1926
1926–1933
1933–1934
1934–1945
Chefes de Estado da República Democrática Alemã (1949-1990) |
N. | Nome | Título | Início | Término | Partido |
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1. | Wilhelm Pieck | Presidente | 11 de Outubro de 1949 | 7 de Setembro de 1960 | SED |
- | Johannes Dieckmann (interino) | Presidente da Câmara do Povo | 7 de Setembro de 1960 | 12 de Setembro de 1960 | LDPD |
1. | Walter Ulbricht | Presidente do Conselho de Estado | 12 de Setembro de 1960 | 1 de Agosto de 1973 | SED |
- | Friedrich Ebert, Jr. (interino) | Vice-presidente do Conselho de Estado | 1 de Agosto de 1973 | 3 de Outubro de 1973 | SED |
2. | Willi Stoph | Presidente do Conselho de Estado | 3 de Outubro de 1973 | 29 de Outubro de 1976 | SED |
3. | Erich Honecker | Presidente do Conselho de Estado | 29 de Outubro de 1976 | 24 de Outubro de 1989 | SED |
4. | Egon Krenz | Presidente do Conselho de Estado | 24 de Outubro de 1989 | 6 de Dezembro de 1989 | SED |
5. | Manfred Gerlach | Presidente do Conselho de Estado | 6 de Dezembro de 1989 | 5 de Abril de 1990 | LDPD |
- | Sabine Bergmann-Pohl (interino) | Presidente da Câmara do Povo | 5 de Abril de 1990 | 2 de Outubro de 1990 | CDU |
Presidentes da República Federal da Alemanha (1949-presente) |
N. | Nome | Início | Término | Partido |
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1. | Theodor Heuss | 13 de Setembro de 1949 | 12 de Setembro de 1959 | FDP |
2. | Heinrich Lübke | 13 de Setembro de 1959 | 30 de Junho de 1969 | CDU |
3. | Gustav Heinemann | 1 de Julho de 1969 | 30 de Junho de 1974 | SPD |
4. | Walter Scheel | 1 de Julho de 1974 | 30 de Junho de 1979 | FDP |
5. | Karl Carstens | 1 de Julho de 1979 | 30 de Junho de 1984 | CDU |
6. | Richard von Weizsäcker | 1 de Julho de 1984 | 30 de Junho de 1994 | CDU |
7. | Roman Herzog | 1 de Julho de 1994 | 30 de Junho de 1999 | CDU |
8. | Johannes Rau | 1 de Julho de 1999 | 30 de Junho de 2004 | SPD |
9. | Horst Köhler | 1 de Julho de 2004 | 31 de maio de 2010 | CDU |
10. | Christian Wulff | 30 de Junho de 2010 | 17 de fevereiro de 2012 | CDU |
11. | Joachim Gauck | 19 de março de 2012 | 18 de março de 2017 | Independente |
12. | Frank-Walter Steinmeier | 19 de março de 2017 | Presente | SPD |
Ver também |
- Lista de presidentes da Alemanha
- Chanceler da Alemanha
Referências
↑ Gesetz über das Staatsoberhaupt des Deutschen Reichs, 1 August 1934:
"§ 1 The office of the Reichspräsident is merged with that of the Reichskanzler. Therefore the previous rights of the Reichspräsident pass over to the Führer and Reichskanzler Adolf Hitler. He names his deputy."
Ligações externas |
Website Oficial da Presidência Federal de Alemanha (em alemão)