Apêndice (artrópodes)






Apêndice unirrâmeo de um insecto.
A: coxa; B: trocânter; C: fémur; D: tíbia; E: tarso.




Apêndice birrâmeo de um crustáceo (Triops).
1-5: enditos; 6: endopódio; 7: exopódio; 8: epipódio; 9: protopódio.


Apêndice é a designação dada às estruturas anatómicas pares dos artrópodes, formadas por elementos articulados entre si, que se inserem como apêndices nos metâmeros do corpo do artrópode.[1] A condição primitiva é a presença de um par de apêndices similares em cada metâmero, disposição que é conservada em poucos artrópodes actuais. Nesta acepção, as asas dos insectos não são consideradas apêndices.




Índice






  • 1 Estrutura


  • 2 Tipos de apêndices


  • 3 Apêndices dos artrópodes


  • 4 Notas





Estrutura |


A característica fundamental dos apêndices, que dá nome ao grupo (arthro, articulado + podo, pé), consiste na presença de uma série de peças, os artículos, unidas entre si por uma membrana articular elástica que permite o movimiento relativo entre elas. Os artículos são anéis vazios dotados de musculatura estriada própria e conexões nervosas autónomas, o que permite ao artrópode realizar com eles movimentos rápidos e precisos.



Tipos de apêndices |


A estrutura básica dos apêndices dos artrópodes é constituída por uma parte basal, ou proximal, que serve como estruturas de ligação com o corpo o metâmero de inserção, ou seja com o corpo em sentido estrito, e uma parte distal que, em princípio, teria função locomotora. Dependendo da morfologia da parte distal, os apêndices são classificados em dois tipos morfológicos:[2]




  • Apêndices unirrâmios — são apêndices com um único eixo, isto é desprovidos de qualquer ramificação ao longo da sua estrutura central. Nestes apêndices, a região proximal é denominada coxopódio e a distal telopódio, sendo constituídas por um número variável de artículos. O coxopódio apresenta em geral expansões denominadas epipoditos (ou exitos), situadas na parte externa, e enditos, localizadas na parte interna. Os apêndices unirrâmios são típicos dos artrópodes terrestres (aracnídeos, miriápodes e insectos).


  • Apêndices birrâmios — são apêndices com dois eixos, isto é bi-ramificados. Nestes apêndices, a região proximal recebe a designação de protopódio ou simpódio, na qual se articulam os dois ramos. O ramo principal é o interno (endopódio); o ramo secundário é o externo (exopódio). O protopódio pode apresentar também protopoditos e enditos, para além de epipódios com função respiratória. Os apêndices birrâmios são típicos dos artrópodes aquáticos (trilobites e crustáceos).


Não existe conhecimento seguro que permita determiner qual dos tipos de apêndice apareceu primeiro no curso da evolução. Ao longo do tempo foram apresentadas e defendias as três hipóteses possíveis: (1) o modelo primitivo era unirrâmio; (2) o modelo primitivo era birrâmio; e (3) unirrâmios e birrâmios tiveram origem evolutiva independente.



Apêndices dos artrópodes |


A enorme biodiversidade dos artrópodes reflecte-se no número de tipos distintos de apêndices. Para além disso, é frequente aplicar nomes distintos a apêndices homólogos de diferentes grupos de artrópodes e, por vezes, apêndices não homólogos recebem o mesmo nome em diferentes taxa. Desta diversidade de formas e de tradições nomeclaturais resulta um conjunto alargado e complexo de termos usados na descrição taxonómica.




  • Antenas (trilobites, crustáceos, miriápodes, insectos)


  • Antênulas (crustáceos)


  • Gnatopódios (trilobites, crustáceos, aracnídeos)


  • Fieiras (aranhas)


  • Pentes (escorpiões)


  • Lábio (miriápodes, insectos)


  • Mandíbulas (crustáceos, miriápodes, insectos)


  • Maxilas (crustáceos, miriápodes, insectos)


  • Maxilípedes (crustáceos)


  • Maxílulas (crustáceos)


  • Ovígeros (picnogonídeos)


  • Patas (todos)


  • Pedipalpos (quelicerados)


  • Pereópodes (crustáceos)


  • Pleópodes (crustáceos)


  • Quelíceras (quelicerados)


  • Quelíforos (picnogonídeos)


  • Toracópodes (crustáceos)


  • Urópodes (crustáceos


Notas




  1. Barrientos, J. A. (ed.), 2004. Curso práctico de entomología. Asociación Española de Entomología, Alicante, 947 pp. ISBN 84-490-2383-1


  2. Armengol, J. et al., 1986. Artròpodes (I). Història Natural dels Països Catalans, 9. Enciclopèdia Catalana, S. A., Barcelona, 437 pp. ISBN 84-85194-84-5








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