Pedro de Mendonça Furtado




Pedro de Mendonça Furtado, ou Pedro de Mendoça Furtado (1592 - 1652) como era uso na sua época , foi o 5.º alcaide-mor de Mourão, alcaide-mor e comendador de Santiago do Cacém, comendador de São Vicente de Vila Franca de Xira, senhor do Morgado dos Pantoja e da Casa dos Almada-Abranches (mestres-sala do Rei), lugar-tenente do príncipe D. Afonso (futuro rei D. Afonso VI de Portugal), comendador-mor da Ordem de Santiago e guarda-mor de D. João IV[1].


Foi um dos principais "40 Conjurados, que ajudou a convencer o Duque de Bragança a aceitar a Coroa de Portugal[2] contra o domínio filipino. E sua presença consta no 1.º "Auto do Levantamento e Juramento d' El-Rei Dom João IV" (de fidelidade) realizado no dia 15 de Dezembro de 1640, já com as funções de guarda-mor[3] e assim como no seguinte, solenemente confirmando-o, em 28 de Janeiro de 1641[4].



Dados genealógicos[5] |


Filho de:




  • Francisco de Mendoça Furtado, 4.º senhor e alcaide-mor de Mourão, comendador de São Pedro de Pinhel, governador e capitão general de Mazagão, filho de de Diogo de Mendoça, 3.º senhor e alcaide-mor de Mourão e de sua mulher D. Maior Manuel de Vilhena.

  • D. Joana de Noronha, filha de D. Pedro de Abranches, mestre-sala de D. João III, embaixador a Carlos V, comendador de Ansiães, casado com D. Brites de Noronha, filha herdeira de Pedro Pantoja, comendador de Santiago do Cacém, alcaide-mor e comendador de Tavira, chefe dos Pantoja, e de sua mulher D. Margarida de Mendonça.


Casou 1º vez com:


  • D. Catarina de Menezes, filha herdeira de D. João Telo de Menezes, senhor do Morgado da Quinta de Oliveira, comendador de Santa Maria de Ancede e de sua mulher D. Catarina de Menezes.

Teve:


  • Francisco de Mendoça Furtado (1620-depois de 1673). 6.º e ultimo alcaide-mor de Mourão, na sua família, alcaide-mor de Santiago de Cacém, comendador de São Vicente de Vila Franca de Xira e de São Pedro de Pinhel, governador e capitão general de Mazagão, governador das Armas de Castelo Branco. Foi cabeça da conspiração de 1673, que visava repôr D. Afonso VI no trono usurpado por seu irmão o Infante D. Pedro, foi sentenciado à morte e confiscados os seus bens. Conseguiu, no entanto, fugir para Espanha onde viveu até ao seu falecimento, usando o título marquês de la Torre de Almendralejo, com que, em 1668, havia sido agraciado pela Rainha Viúva, Regente de Castela, e exercendo o cargo de Regidor de Fregenal de la Sierra. Casou com D. Isabel de Melo, filha de Francisco de Melo, monteiro-mor do Reino e de D. Luísa de Mendonça. Sem geração. No entanto teve uma filha de D. Maria de Melo, filha de de D. Paulo de Moura e de D. Brites de Melo, de seu nome D. Maior de Mendoça que casou com João de Almada e Melo, Alcaide-Mor de Palmela, Comissário da Cavalaria da Beira, com geração.

Casou 2º vez com:


  • D. Antónia de Mendoça e Albuquerque, filha e sucessora de D. Jerónimo Manoel, "o Bacalhau", Comendador de São Miguel de Traviscoso e de São Martinho da Amoreira, capitão-mor da Armada da Índia, porteiro-mor do Rei Filipe I, e de sua mulher D. Maria de Mendoça e Albuquerque, 4.ª senhora do Morgado dos Albuquerque (de Afonso de Albuquerque), depois chamado da Bacalhoa (Azeitão).

Teve:



  • D. Luís de Mendoça Furtado e Albuquerque (1627-1677), 1º conde de Lavradio (1670), senhor donatário de Lavradio, 8.º senhor do Morgado e Palácio da Bacalhoa, governador (1661) e vice-rei da Índia (1671-1677), dos Conselhos de Estado e da Guerra, etc. Faleceu solteiro e sem geração.

  • D. Jerónimo de Mendoça Furtado e Albuquerque (1630-1692), governador e capitão general de Pernambuco, cavaleiro da Ordem de Malta, combatente das guerras da Restauração, tendo-se distinguido heroicamente no combate de Cavalaria de Arronches (1653) e na batalha do Ameixial (1663), tendo, respectivamente, sido agraciado com uma comenda e recebido o governo de Pernambuco. Foi julgado cúmplice de seu meio-irmão Francisco, acima, por não o ter denunciado como chefe da conspiração de 1673. Por ter recusado sair de Portugal e insistir publica e corajosamente na sua inocência, fez recair sobre si a ira do Infante Regente D. Pedro, que nunca perdoara aos "irmãos Mendoça", como se lhes referia o Padre António Vieira", a sua altivez, o seu poder político e financeiro e, sobretudo, a sua indefectível lealdade ao Rei legítimo, destronado e humilhado. Por todos estas razões, Jerónimo de Mendoça foi enviado para a Índia, onde morreu. Entretanto, foram-lhe confiscados os bens livres e foi impedido de suceder a seu irmão Luis nos bens da Coroa e vinculados. O título de Conde de Lavradio reverteu, assim, para a Coroa. De D. Ana Henriques, filha de Gil Vaz Lobo e de D. Briolanja Henriques, teve geração.

  • D. Mariana Josefa de Mendoça, veio a suceder no Morgado da Bacalhoa, por impedimento de seu irmão Jerónimo, casada com Pedro Guedes de Miranda, 10.º senhor de Murça e estribeiro-mor.

  • D. Nuno, Cónego da Sé de Évora.



Referências




  1. Costados Bivar I - Almada-Avranches, Memória da Nação


  2. «Relação de tudo o que passou na felice Aclamação do mui Alto & mui Poderoso Rei Dom João o Quarto, nosso Senhor, cuja Monarquia prospere Deos por largos anos». Texto publicado em 1641, sem indicação do autor, impresso à custa de Lourenço de Anveres e na sua oficina (atribuído ao Padre Nicolau da Maia de Azevedo)


  3. Auto do Levantamento e Juramento d' El-Rei Dom João IV


  4. Cronicas e Vidas dos Reys de Portugal ... , por Duarte Nunez do Lião, e autos de Levantamento e Juramentos a El-Rey D. João IV, Tomo II, compilação de D. Rodrigo da Cunha, em Lisboa, na oficina de José de Aquino Bolhões, de 1780


  5. Costados Bivar I - Almada-Avranches, Memória da Nação








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