Torre de Babel
Nota: Para outros significados, veja Torre de Babel (desambiguação).
A Torre de Babel (em hebraico: מִגְדַּל בָּבֶל, Migdal Bāḇēl), segundo Gênesis 11:1-9 é um mito de origem usado para explicar as diferentes línguas faladas no mundo.[1][2][3][4]
De acordo com a história, a humanidade era uniforme nas gerações seguintes ao Grande Dilúvio, falando um único idioma e migrando para o oriente, vai para a terra de Shinar (שִׁנְעָר). Nesse local combinam construir uma cidade e uma torre, alta o suficiente para alcançar o céu. Observando a cidade e a torre, Deus mistura suas vozes para que eles não possam entender uns aos outros e os dispersa por todo o mundo.
Alguns estudiosos modernos têm associado a Torre de Babel com estruturas conhecidas, nomeadamente o Etemenanki, um zigurate dedicado ao deus Marduque da Mesopotâmia por Nabopalasar, o rei de Babilônia por volta de 610 A.C.[5][6] O Grande Zigurate da Babilônia tinha 91 metros de altura. Alexandre, o Grande ordenou a sua demolição por volta de 331 A.C., preparando uma reconstrução que não aconteceu devido à sua morte.[7][8] Uma história Suméria com alguns elementos semelhantes é contada em Enmerkar e o Senhor de Aratta.[9]
Índice
1 Narrativa
2 Modelo proposto pela história
3 Contexto histórico e linguístico
3.1 O Etemenanki: o zigurate da Babilónia
4 Noutras fontes
4.1 A destruição
4.2 Jubileus
4.3 Midrash
4.4 Apocalipse de Baruque
4.5 Alcorão e tradições Islâmicas
4.6 Outras tradições
5 Altura e largura
5.1 Filósofo teutônico
6 Referências
7 Ligações externas
Narrativa |
A história é encontrada em Gênesis 11,1-9 conforme a Bíblia Sagrada, tradução da CNBB :
- A terra inteira tinha uma só língua e usava as mesmas palavras.
- Ao migrarem do oriente, os homens acharam uma planície na terra de Senaar, e ali se estabeleceram.
- Disseram uns aos outros:"Vamos fazer tijolos e cozê-los ao fogo". Utilizaram tijolos como pedras e betume como argamassa.
- E disseram:"Vamos construir para nós uma cidade e uma torre que chegue até o céu. Assim faremos nome. Do contrário seremos dispersos por toda a superfície da terra".
- Então o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os homens estavam construindo.
- E o Senhor disse: "Eles formam um só povo e falam uma só língua. Isto é apenas o começo de seus empreendimentos. Agora, nada os impedirá de fazer o que se propuserem.
- Vamos descer ali e confundir a língua deles, de modo que não se entendam uns aos outros.
- E o senhor os dispersou daquele lugar por toda a superfície da terra, e eles pararam de construir a cidade.
- Por isso a cidade recebeu o nome de Babel, Confusão, por que foi lá que o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo, e de lá dispersou seres humanos toda a terra.
Modelo proposto pela história |
Babel, capital do império babilônico, era uma cidade-estado extremamente rica e poderosa. Era um centro político, militar, cultural e econômico do mundo antigo. Tal qual cidades como Nova York e Paris, nos dias atuais, ela recebia grande número de imigrantes de diversas nacionalidades, cada qual falando um idioma diferente.
O plano interno da Babilônia — seus bairros e ruas principais — tinha sido estabelecido muito antes do império neobabilônio. Na área residencial do cômoro Merkez, onde se obteve acesso aos níveis mais antigos, o padrão de ruas tinha mudado muito pouco ao longo dos séculos desde a ocupação cassita. Os reis assírios, em especial Esarhadon, tinham contribuído para a beatificação da cidade — sobretudo Esagila, o principal santuário de Marduque —, revestindo algumas ruas com reboco e reparado as defesas. Entretanto, o projeto de converter a Babilônia numa metrópole suficientemente grandiosa para representar as aspirações de um império foi iniciado por seu pai, Nabopolassar. Ele iniciou o trabalho no Palácio Sul, sua residência, construiu um templo para Ninurta, as muralhas do cais do Arahru (como o Eufrates era então chamado) iniciou o mais ambicioso de todos os empreendimentos arquitetônicos, a reconstrução de Etemenanki, “Fundação do Céu e da Terra”, como a “Torre de Babel” ou zigurate era chamada.
Contexto histórico e linguístico |
A forma grega do nome, Babilônia, é do Acadiano Bāb-ilu, que significa "Portão de Deus". Isto sumaria corretamente o propósito religioso das grandes torres-templo (os zigurates) da antiga Suméria (Sinar bíblica, no sul do Iraque moderno). Estes templos enormes, quadrados e com escadas eram vistos como portões para os deuses virem à terra, escadas literais para o céu. ("Alcançando o céu" é uma inscrição comum nas torres-templo.) Este é o tipo de estrutura referida na narrativa bíblica, apesar de artistas e estudiosos bíblicos a imaginarem de diferentes maneiras. O retrato influente de Pieter Brueghel é baseado no Coliseu de Roma, enquanto que as representações cônicas da torre mais tardias (como na ilustração de Doré) se assemelham muito a torres Muçulmanas tardias observadas por exploradores do século XIX na área. O artista flamengo também faz uma pintura alegórica, talvez a nova construção europeia do Imperador para a Cristandade.
Os zigurates estão entre as maiores estruturas religiosas alguma vez construídas, e o seu uso remonta aos princípios da História.
Para os judeus adquiriu o significado de "confusão" em harmonia com Gênesis 11:9. Moisés terá derivado o nome Babel, em hebraico Bavél, da raiz do verbo ba.lál, que significa "confundir". Curiosamente, Bab e El sugere uma combinação do acadiano Bab ("porta", "portão") com o hebraico El ("Deus", abreviatura usada para Elóhah e Elohím). Segundo o Gênesis, seria Nimrod ou Ninrode (Ninus), filho de Cus, que teria mandado construir a Torre-templo de Babel. Alguns acreditam que tenha sido Cus quem iniciou a sua construção, antes da confusão das línguas (idiomas). Após isso, seu filho Nimrod, teria continuado a urbanização do local, dando origem à futura cidade de Babilônia.
Segundo a Hipótese documental, a passagem deriva da fonte Javista, um escritor cujo trabalho está cheio de Paranomásias, e como muitas das outras paranomásias no texto Javista, o elemento da história que se refere à confusão das línguas é visto por muitos como uma pseudo-etimologia para o nome Babel, relacionado com uma história mais histórica do colapso de uma torre.
A Linguística histórica luta há muito tempo contra a ideia de uma linguagem única original (Língua adâmica). Tentativas de identificar esta língua com uma língua atual têm sido rejeitadas pela comunidade acadêmica. Foi este o caso do Hebreu, e do Basco (como foi proposto por Manuel de Larramendi). Ainda assim, o bem documentado ramo de linguagens com antepassados comuns (como as modernas línguas europeias vindas do antigo Indo-Europeu) aponta na direção de uma única língua ancestral. O tema principal da disputa é a data, que muitos estudiosos poriam vários milhares de anos antes da própria data da Bíblia para o fim da Torre de Babel.
Um grande projeto de construção no mundo antigo pode ter usado trabalho forçado de diversas populações conquistadas ou súbditas, e o domínio que cobria a Babilônica teria tido algumas línguas não Semitas, como o Hurrita, o Cassita, o Sumério, e o Elamita, entre outros.
Amar-Sin (2046-2037 a.C.), terceiro monarca da Terceira dinastia de Ur, tentou construir um zigurate em Eridu que nunca foi terminado. Tem sido sugerido que Eridu seria o local onde teria estado a torre de Babel, e que a história teria sido mudada mais tarde para a Babilónia Enmerkar (i.e. Enmer o Caçador) rei de Uruk, sugerido por alguns como sendo o modelo para Nimrod, foi também um construtor do templo de Eridu.
Há uma história parecida à da Torre de Babel na Mitologia suméria chamada Enmerkar e o Senhor de Aratta, na qual os dois deuses rivais, Enki e Enlil acabam por confundir as línguas de toda a humanidade como efeito colateral da sua discussão.
Em Gênesis 10, diz-se que Babel era parte do reino de Nimrod. Apesar de não ser especificamente mencionado na Bíblia, Ninrode é frequentemente associado com a construção da torre noutras fontes. Uma teoria recentemente proposta por David Rohl associa Nimrod com Enmerkar, e propõe que as ruínas da Torre de Babel são na verdade as ruínas muito mais velhas do zigurate de Eridu, a sul de Ur, em vez de Babilónia. Entre as razões para esta associação estão o grande tamanho das ruínas, a idade mais velha das ruínas, e o facto de um título de Eridu ser NUN.KI ("lugar poderoso"), que mais tarde se tornou um título da Babilónia.
Tradicionalmente, os povos enumerados no capítulo 10 do Gênesis (a Tabela das Nações) são vistos como tendo-se espalhado pela Terra a partir do Sinar apenas após o abandono da Torre, que é uma explicação da diversidade cultural. Alguns, contudo, vêem uma contradição entre a menção em Génesis 10:5 que diz "5Deles nasceram os povos que se dispersaram por países e línguas, por famílias e nações." E a seguinte história de Babel, que começa da seguinte maneira "1Em toda a Terra, havia somente uma língua, e empregavam-se as mesmas palavras." (Genesis 11:1).
O Etemenanki: o zigurate da Babilónia |
Ver artigo principal: Etemenanki
Em 440 a.C. Heródoto escreveu:
- A parede exterior da Babilónia é a principal defesa da cidade. Há, contudo, uma segunda parede interior, de menor espessura que a primeira, mas não muito inferior a ela [parede exterior] em força. O centro de cada divisão da cidade era ocupado por uma fortaleza. Numa ficava o palácio dos reis, rodeado por um muro de grande força e tamanho: na outra estava o sagrado recinto de Júpiter (Zeus) Belus, um cerco quadrado de 201 m de cada lado, com portões de latão sólido; que também lá estavam no meu tempo. No meio do recinto estava uma torre de mampostería sólida, de 201 m em comprimento e largura, sobre a qual estava erguida uma segunda torre, e nessa uma terceira, e assim até oito. A ascensão até ao topo está do lado de fora, por um caminho que rodeia todas as torres. Quando se está a meio do caminho, há um lugar para descansar e assentos, onde as pessoas se podem sentar por algum tempo no seu caminho até ao topo. Na torre do topo há um templo espaçoso, e dentro do templo está um sofá de tamanho invulgar, ricamente adornado, com uma mesa dourada ao seu lado. Não há estátua de espécie alguma nesse sítio, nem é a câmara ocupada de noite por alguém a não ser por uma mulher nativa, que, como os Caldeus, os sacerdotes deste deus, afirmam, é escolhida para si próprio pela divindade, de todas as mulheres da terra.
Pensa-se que esta Torre de Júpiter Belus se refere ao deus acadiano Bel, cujo nome foi helenizado por Heródoto para Zeus Belus. É provável que corresponda ao gigantesco zigurate a Marduk (Etemenanki), um antigo zigurate que foi abandonado, caindo em ruínas devido a abalos sísmicos, e relâmpagos a danificar o barro. Este enorme zigurate, e a sua queda são vistos por muitos acadêmicos como tendo inspirado a história da Torre de Babel, dando algum suporto arqueológico para a história bíblica. Mais provas podem ser recolhidas daquilo que o Rei Nabucodonosor inscreveu nas ruínas do seu zigurate.
Em 570 a.C., Nabucodonosor II da Babilónia, procurando restaurar o zigurate, escreveu sobre o seu estado arruinado:
Um antigo rei construiu o Templo das Sete Luzes da Terra, mas ele não completou a sua cabeça. Desde um tempo remoto, as pessoas tinham-no abandonado, sem a ordem a expressar as suas palavras. Desde aquele tempo terremotos e relâmpagos tinham dispersado o seu barro secado pelo sol; os tijolos da cobertura tinham-se rachado, e a terra do interior tinha sido dispersada em montes. Merodach, o grande senhor, excitou a minha mente para reparar este edifício. Eu não mudei o local, nem retirei eu a pedra da fundação ? como tinha sido feito em tempos anteriores. Por nisso eu fundei-a, eu fi-la; como tinha sido em dias antigos, assim eu exaltei o topo.
Noutras fontes |
A destruição |
Não é mencionado no relato do Gênesis que Deus destruiu diretamente a torre; contudo, os relatos no Livro dos Jubileus, em Cornelius Alexandre (frag. 10), Abydenus (frags. 5 and 6), Flávio Josefo (Antiguidades Judaicas 1.4.3), e os Oráculos Sibilinos (iii. 117-129) atestam a tradição de que Deus derrubou a torre com um grande vento.
Jubileus |
O Livro dos Jubileus, que se sabe ter sido usado entre pelo menos 200 a.C. e 90 d.C., contém um dos relatos mais detalhados alguma vez encontrados sobre a Torre.
E eles começaram a construir, e na quarta semana fizeram tijolos com fogo, e os tijolos serviram-lhes para pedra, e o barro com que os cimentaram juntos era asfalto que vem do mar, e das fontes de água na terra de Sinar. E eles construiram-no; a sua largura era de 203 tijolos, e a altura [de um tijolo] era o terço de um; a sua altura era de 5433 cúbitos e 2 palmos, e [a extensão de uma parede era] treze estádios [e da outra trinta estádios]. (Jubileus 10:20-21, tradução de Charles em 1913)
Note que um estádio equivale a 185,4 metros e um cúbito a pouco mais de 0,5 metros.
Midrash |
A Literatura Rabínica oferece muitos relatos diferentes sobre outras causas para a Torre de Babel ter sido construída, e sobre as intenções dos seus construtores. Na Mishná era vista como uma rebelião contra Deus. Uns midrash mais tardios registram que os construtores da Torre, chamados "a geração da secessão" nas fontes Judaicas, disseram: "Deus não tem o direito de escolher o mundo superior para Si próprio, e de deixar o mundo inferior para nós; por isso iremos construir uma torre, com um ídolo no topo segurando uma espada, para que pareça como se pretendesse guerrear com Deus" (Gen. R. xxxviii. 7; Tan., ed. Buber, Noah, xxvii. et seq.).
A construção da Torre foi feita para desafiar não só Deus, mas também Abraão, que exortava os construtores a reverenciar. A passagem menciona que os construtores falavam palavras afiadas contra Deus, não citadas na Bíblia, dizendo que uma vez em cada 1656 anos, o céu abanava para que a água chovesse para a terra, por isso eles irão suportar isso com colunas para que não pudesse haver outra inundação (Gen. R. l.c.; Tan. l.c.; similarmente Flávo Josefo, "Ant." i. 4, § 2).
Alguns entre essa geração pecaminosa até queriam pelejar contra Deus no céu (Talmude Sanhedrin 109a.) Eles foram encorajados nesta tarefa impensável pela noção de que setas que eles atiravam para o céu caíam a pingar com sangue, por isso o povo acreditava mesmo que podiam guerrear contra os habitantes dos céus (Sefer ha-Yashar, Noah, ed. Leghorn, 12b). Segundo Josefo e Midrash Pirke R. El. xxiv., foi principalmente Nimrod quem persuadiu os seus contemporâneos a construir a Torre, enquanto que outras fontes rabínicas afirmam, pelo contrário, que Nimrod estava separado dos construtores.
Apocalipse de Baruque |
O terceiro livro de Baruque, ou, Apocalipse Grego de Baruque (III Baruque), conhecido apenas de cópias gregas e eslavas, parece aludir à Torre, e pode ser consistente com a tradição Judaica. Nele, Baruque é primeiro levado (numa visão) a ver o local de repouso das almas "daqueles que construíram a torre da discórdia contra Deus, e o Senhor baniu-os." A seguir é-lhe mostrado outro lugar, e lá, ocupando a forma de cães,
Aqueles que deram a sugestão de construir a torre, por aqueles que vós vistes conduzirem multidões de ambos homens e mulheres, a fazerem tijolos; entre quem, uma mulher que fazia tijolos não era autorizada a ser libertada na hora do parto, mas trazida à frente enquanto estava a fazer tijolos, e carregava o seu filho no seu avental, e continuava a fazer tijolos. E o Senhor apareceu-lhes e confundiu a sua fala, quando eles tinham construído a torre à altura de quatrocentos e sessenta e três cúbitos. E eles pegaram numa broca, e procuraram perfurar os céus, dizendo, Veja-mos se o céu é feito de barro, ou de latão, ou de ferro. Quando Deus viu isto Ele não os permitiu, e castigou-os com cegueira e confusão da fala, e tornou-os no que vistes. (Apocalipse grego de Baruque, 3:5-8)
Alcorão e tradições Islâmicas |
Embora não mencionada pelo nome, o Alcorão tem uma história parecida com a história Bíblica da Torre de Babel, embora localizada no Egito de Moisés. Em Sura 28:38 e 40:36-37 o faraó pede a Haman para lhe construir uma torre de barro para que ele possa subir até ao céu e confrontar o Deus de Moisés.
Outra história em Sura 2:96 menciona o nome de Babil, mas dá poucos detalhes adicionais sobre isso. Contudo, o conto aparece mais completo em escritos Islâmicos de Iacute de Hama (i, 448 f.) e de Lisan el-'Arab (xiii. 72), mas sem a torre: os povos foram varridos por ventos até à planície que foi depois chamada "Babil", onde lhes foram designadas as suas línguas separadas por Alá, e foram depois espalhados da mesma forma.
Na História dos Profetas e Reis pelo historiador muçulmano Tabari do século XIX, é dada uma versão mais completa: Nimrod faz a torre ser construída em Babil, Alá a destrói, e a língua da humanidade, previamente o siríaco, é então confundida em 72 línguas. Abu al-Fida, outro historiador muçulmano do sséculo XIII, relata a mesma história, adicionando que o patriarca Éber (um antepassado de Abraão) tinha sido autorizado a manter a língua original, neste caso o hebraico, porque ele não participava na construção.
Outras tradições |
Várias tradições similares à da Torre de Babel são encontradas na América Central. Uma diz que Xelhua, um dos sete gigantes salvos do dilúvio, construiu a Grande Pirâmide de Cholula para desafiar o Céu. Os deuses destruíram-no com fogo e confundiram a linguagem dos construtores. O Dominicano Diego Duran (1537-1588) disse ter ouvido este relato de um sacerdote com 100 anos em Cholula, pouco depois da conquista do México.
Outra lenda, atribuída pelo historiador nativo Don Ferdinand d'Alva Ixtilxochitl (c. 1565-1648) aos antigos Toltecas, diz que depois dos homens se terem multiplicado após um grande dilúvio, eles erigiram um alto zacuali ou torre, para se preservarem no caso de um segundo dilúvio. Contudo, as suas línguas foram confundidas e eles foram para diferentes partes da terra.
Outra lenda ainda, atribuída aos Índios Tohono O'odham ou Papago, afirma que Montezuma escapou a uma grande inundação, depois tornou-se mau e tentou construir uma casa que chegasse ao céu, mas o Grande Espírito destruindo-a com relâmpagos.
Rastos de uma história um pouco parecida também têm sido citados entre os Tarus do Nepal e do Norte da Índia (Relatório do Census de Bengal, 1872, p. 160); e de acordo com David Livingstone, os Africanos que ele conhecera e que viviam junto ao Lago Ngami em 1879 tinham uma tradição assim, mas com as cabeças dos construtores a serem "partidas pela queda do scaffolding" (Missionary Travels, cap. 26)
O mito estónio " do Cozinhado das Línguas " (Kohl, Reisen in die 'Ostseeprovinzen, ii. 251-255) também tem sido comparado, assim como a lenda Australiana da origem da diversidade das falas (Gerstacker, Reisen, vol. iv. pp. 381 seq.).
Altura e largura |
A altura da torre é matéria de especulação, mas visto que a torre pode ser simbolicamente considerada uma precursora do desejo do homem de construir edifícios altos pela História, a sua altura é um aspecto significativo do seu mythos. A Torre histórica encomendada por Nabucodonosor a cerca de 560 a.C. na forma de um zigurate de oito níveis é vista pelos historiadores como tendo cerca de 2089 metros de altura e 100 de largura.
A Torre de Babel Bíblica contudo, teria sido construída 2000 anos antes. A narrativa no livro do Génesis não menciona a altura da torre, e por isso não tem sido um grande tema de debate entre fundamentalistas Cristãos. Há, porém, pelo menos duas fontes extra-canônicas que mencionam a altura da torre.
O Livro dos Jubileus menciona a altura da torre como sendo de 5433 cúbitos e 2 palmos (2484 metros de altura). Isto seria aproximadamente quatro vezes mais alto do que as estruturas mais altas do mundo de hoje e em toda a história humana. Tal afirmação seria considerada mítica para a maioria dos estudiosos, visto que construtores em tais tempos antigos seriam considerados incapazes de construir uma estrutura de quase 2,5 quilômetros de altura.
A outra fonte extra-canônica é encontrada no Terceiro Apocalipse de Baruch; menciona que a 'torre da discórdia' alcançava uma altura de 463 cúbitos (212 metros de altura). Isto seria mais alto do que qualquer outra estrutura construída no mundo antigo, como a Pirâmide de Quéops em Gizé, Egito e mais alta do que qualquer estrutura construída na história humana até à construção da Torre Eiffel em 1889. Uma torre de tal altura no mundo antigo teria sido tão incrível ao ponto de merecer a sua reputação e menção na Bíblia e outros textos históricos.
Filósofo teutônico |
Jacob Boehme defende, em seu livro "Quarenta Questões Sobre a Alma", que a torre simboliza a confusão das "falsas religiões" que a humanidade teria construído para voltar ao céu. Em seus textos, afirma que cada um pode "falar" com Deus diretamente sem intermediários e identificar a Escola de Mistério.
Referências
↑ Metzger, Bruce Manning; Coogan, Michael D. The Oxford Guide To People And Places Of The Bible. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-19-517610-0
↑ Levenson, Jon D. (2004). «Genesis: Introduction and Annotations». The Jewish Study Bible. [S.l.: s.n.] ISBN 9780195297515
↑ Graves, Robert; Patai, Raphael (1986). Hebrew Myths: The Book of Genesis. [S.l.: s.n.] ISBN 9780795337154
↑ Schwartz, Howard; Loebel-Fried, Caren; Ginsburg, Elliot K. (2007). Tree of Souls: The Mythology of Judaism. [S.l.: s.n.] ISBN 9780195358704
↑ Harris, Stephen L. Understanding the Bible. [S.l.: s.n.] ISBN 9780767429160
↑ Streck, Michael P. (2006). "Die Stadt, an deren Freuden man nicht satt wird". Damals (em alemão). Vol. Special volume. pp. 11–28.
↑ Diodorus Siculus, 2.9.9; Strabo, Geography, 16.1.5.
↑ «Darius III, Alexander the Great and Babylonian Scholarship». Achaemenid History. XIII
↑ «The "Babel of Tongues": A Sumerian Version». 88
Ligações externas |
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