Futurismo
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O futurismo é um movimento artístico e literário que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.
No primeiro manifesto futurista de 1909, o slogan era Les mots en liberté ("Liberdade para as palavras") e levava em consideração o design tipográfico da época, especialmente em jornais e na propaganda. Eles abandonavam toda distinção entre arte e design e abraçavam a propaganda como forma de comunicação. Foi um momento de exploração do lúdico, da linguagem vernácula, da quebra de hierarquia na tipografia tradicional, com uma predileção pelo uso de onomatopéias.
Essas explorações tiveram grande repercussão no dadaísmo, no concretismo, na tipografia moderna, e no design gráfico pós-moderno.
Surgiu na França,seus principais temas são as cores.
Índice
1 Pintura futurista
1.1 Características
1.2 Pintores
2 Futurismo no Brasil
3 Futurismo em Portugal
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
Pintura futurista |
A pintura do futurismo foi explicitada pelo cubismo e pela abstração, mas o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens pretendia dar a ideia de dinâmica, deformação e não materialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação. Trata-se de obras de arte visual alinhadas ao Manifesto Futurista, obra escrita pelo poeta italiano Filippo Marinetti no ano de 1909.[1] Marinetti acreditava que a arte deveria acompanhar a evolução dos tempos, glorificar o futuro e idolatrar as máquinas - o principal símbolo do futuro.[2] Para os artistas do futurismo os objetos não se concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento atual, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço. Seus principais representantes foram os pintores e escultores italianos Giacomo Balla, Umberto Boccioni, Carlo Carrá e Luigi Russolo, que lançaram um manifesto no teatro Chiasella em Turim, em 8 de março de 1910.
Características |
Dentre as principais características da pintura futurista, constam:
- Desvalorização da tradição e do moralismo;
- Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
- Propaganda como principal forma de comunicação;
- Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas poesias;
- Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade;
- Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo.
Pintores |
Almada Negreiros, pintor português
Ambrogio Casati, pintor italiano
Anton Giulio Bragaglia artista italiano
Ardengo Soffici, pintor e autor italiano
Benedetta Cappa, pintor e autor italiano
Carlo Carrà, pintor italiano
Emilio Pettoruti, pintor argentino
Enrico Prampolini, pintor e esculttor italiano
Fillìa, artista italiano
Fortunato Depero, pintor italiano
Frances Simpson Stevens, pintor estadunidense
Francesco Cangiullo, pintor e autor italiano
Gerardo Dottori, pintor e poeta italiano
Giacomo Balla, pintor italiano
Gino Severini, pintor italiano
Joseph Stella, pintor italiano
Jules Schmalzigaug, pintor belga
Luigi De Giudici, pintor italiano
Luigi Russolo, pintor italiano
Mario Sironi, pintor italiano
Primo Conti, artista italiano
Sante Monachesi, pintor italiano
Tullio Crali artista italiano
Umberto Boccioni, pintor e escultor italiano
Futurismo no Brasil |
O futurismo influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas, como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, que tiveram contato com o Manifesto Futurista e com Marinetti em viagens à Europa já em 1912. Após uma interrupção forçada pela Grande Guerra, o contato foi retomado. Foi certamente uma das influências da Semana de Arte Moderna de 1922, e seus conceitos de desprezo o passado para criar o futuro e não à cópia e veneração pela originalidade caíram como uma luva no desejo dos jovens artistas de parar de copiar os modelos europeus e criar uma arte brasileira. Oswald , principalmente, percebeu que o Brasil e toda a sua diversidade cultural, desde as variadas culturas autóctones dos índios até à cultura negra, representavam uma vantagem e que com elas se podia construir uma identidade e renovar as letras e as artes.
Futurismo em Portugal |
Ver artigo principal: Futurismo em Portugal
Logo em 1909 o Manifesto de Marinetti, foi traduzido do Le Figaro no Diário dos Açores, mas passou despercebido.
Em Março de 1912 Aquilino Ribeiro, numa crónica parisiense anuncia na revista Ilustração Portuguesa (11 de Março de 1912, pp.345,6,7) o movimento futurista aos Portugueses.
Mas foi no número dois da Revista Orpheu, dirigida por Fernando Pessoa/Álvaro de Campos e Mário de Sá-Carneiro que o futurismo aparece como movimento em Portugal.
Na revista aparecem quatro trabalhos de Santa-Rita Pintor, e a Ode Triunfal de Fernando Pessoa, mereceu de Sá Carneiro a apreciação de "Obra Prima do Futurismo".
Em 4 de Abril de 1917, é realizada no Teatro República (São Luis) em Lisboa uma matinée para apresentação do futurismo ao público português. Participam Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor e outros, onde se leram textos de Marinetti e outros futuristas.
Em Novembro-Dezembro de 1917 Santa-Rita preparou o lançamento da Revista Portugal Futurista, que foi apreendida à porta da tipografia, por subversão e obscenidade de alguns textos.
Com a morte de Santa-Rita e Amadeu em 1918 e a partida de Almada para Paris o movimento Futurista Português entra em declínio.
Ver também |
- Afrofuturismo
- Arquitetura futurista
- Arquitetura moderna
- Arquitetura high-tech
- Arte moderna
- Design moderno
- História da arte europeia
- Retrofuturismo
Referências
↑ «Marinetti e o futurismo». Sibila
↑ CHIPP, H. B. (1996). Teorias da Arte Moderna. São Paulo: Editora Martins Fontes. pp. 181 – 193|acessodata=
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