Línguas ibero-românicas






Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa entre as quais as línguas ibéricas


As línguas latinas da Península Ibérica, ou línguas ibero-românicas, são o português, o galego, o espanhol, o asturo-leonês e o aragonés. Alguns linguistas incluem o catalão dentro do grupo ibero-românico, mas a inclusão deste último é problemática.



Processo de formação |


O processo de formação destas línguas pode ser esquematizado da seguinte forma:



  • No antigo Império Romano falava-se uma língua românica comum (latim vulgar), com diferenças dialectais cuja extensão é difícil de avaliar hoje em dia (os registos escritos eram feitos em latim erudito). No entanto, essas diferenças acabaram por ter influência nas futuras línguas latinas.

  • A partir deste ponto, e após a queda do Império Romano, as línguas latinas seguiram um determinado percurso, que veio a originar a formação das actuais línguas latinas da Península Ibérica:

    • Separação entre o catalão (dentro do grupo galo-românico) e o grupo ibero-românico. Nesta fase, nas áreas sob domínio muçulmano, falava-se um conjunto de dialectos românicos denominados moçárabe.

    • O grupo ibero-românico separa-se entre o castelhano e o galego-português (além de outros dialectos ou línguas, como o aragonês, etc.).

    • O galego-português divide-se em duas línguas (através da codificação do português). O português e o castelhano sofrem influência dos falares moçárabes durante o processo de Reconquista Cristã.




É importante notar que os processos políticos de formação dos reinos e estados da Península Ibérica tiveram uma importância fulcral para o desenvolvimento das línguas. Assim:




  • Português e galego: a formação de Portugal como reino independente possibilitou a separação do galego-português em português (codificado e oficial em Portugal, com influências moçárabes) e galego (que viria a ser oficial e codificado, com influências castelhanas).


  • Castelhano: a criação de um estado forte centrado em Castela possibilitou que o castelhano viesse a transformar-se na língua principal de Espanha, com a denominação de espanhol.


  • Catalão: a existência do Coroa de Aragão (completamente independente até ao século XV e formalmente independente até 1714) possibilitou o desenvolvimento da língua catalã separada do occitano. O catalão manteve uma grande importância ao longo da história, apesar de ter perdido o carácter oficial no século XVIII. Hoje, é oficial em várias regiões de Espanha e a língua nacional de Andorra.


Além do processo de formação, as questões políticas determinam que:



  • O galego e o catalão sejam fortemente influenciados pelo espanhol.

  • O asturo-leonês, o aragonês e o estremenho não conquistaram oficialidade em suas comunidades autônomas.


Há ainda a registar o occitano (com o nome de aranês), oficial na comarca catalã de Vale de Aran.



Ver também |


  • Línguas galo-ibéricas
























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