Leucócito









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Uma imagem do sangue em um Microscópio Eletrônico de Varredura. Além dos leucócitos, de forma irregular, são visíveis os glóbulos vermelhos e as plaquetas, no formato de pequenos discos.




A hematopoiese humana.


Os leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos, são um grupo de células diferenciadas a partir de células-tronco muiltipotentes, oriundas da medula óssea e presentes no sangue, linfa, órgãos linfoides e vários tecidos conjuntivos. Os leucócitos são células nucleadas, o que os diferencia dos glóbulos vermelhos (hemácia ou eritrócito) e plaquetas (trombócitos), que também são diferenciados a partir das células tronco já citadas e, junto com os leucócitos, integram os chamados elementos figurados do sangue. Um adulto normal possui entre 3.800 e 9.800 mil leucócitos por microlitro (milímetro cúbico) de sangue.


Os leucócitos fazem parte do sistema imunitário do organismo. Têm por função o combate e a eliminação de microrganismos e estruturas químicas estranhas ao organismo por meio de sua captura ou da produção de anticorpos, sejam eles patogênicos ou não.


Os leucócitos compreendem um grande grupo de células que se apresenta numa grande variedade de formas, tamanhos, número e funções específicas. Eles podem ser classificados por sua estrutura (granulados e hialinos), e pela linhagem com base na diferenciação (mielóides e linfóides). As características funcionais e físicas levaram a uma classificação dos leucócitos em cinco grandes grupos: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos, sendo que o primeiro e o último grupo são constituídos por células fagocíticas. São células que não pertencem intrinsecamente ao tecido sanguíneo, utilizando-o apenas como meio de transporte. Suas origens, funções e morte dão-se em outros tecidos. Têm a capacidade de atravessar as paredes dos capilares (diapedese), passando a se deslocar nos tecidos conjuntivos mediante a emissão de pseudópodes. Alguns são abundantes na linfa e no sistema linfático. Por isso, o aumento de tamanho de gânglios, principalmente aqueles localizados logo abaixo da pele, revela a existência de uma infecção em ação, em alguma parte do corpo.


Não são como as células normais do corpo. Na verdade, na maioria das vezes, agem como se fossem organismos vivos independentes e unicelulares, capazes de se mover e capturar coisas por conta própria. As células comportam-se, de certo modo, como amebas em seus movimentos e são capazes de absorver outras células e bactérias. Algumas delas podem se dividir e se reproduzir por conta própria, mas são produzidas principalmente a partir de células da medula óssea. Sua diferenciação pode ocorrer tanto na própria medula quanto em órgãos específicos como o timo (linfócitos T), ou em estruturas localizadas nas paredes do intestino, apêndice e amígdalas, cujas naturezas remontam à bursa (linfócitos B). [1]
Em média um indivíduo produz aproximadamente 100 bilhões de leucócitos por dia. Apesar da grande produção, os leucócitos representam apenas 1% do volume sanguíneo total. O aumento ou decréscimo no número dessas células no sangue podem estar relacionados com desenvolvimento de patologias, como será visto.




Índice






  • 1 Etimologia


  • 2 Quantidade de leucócitos no sangue


  • 3 Tipos de leucócitos


  • 4 Função


  • 5 Produção


  • 6 Capacidades


  • 7 Doenças


    • 7.1 Introdução


    • 7.2 Leucopenias


      • 7.2.1 Neutropenias


        • 7.2.1.1 Diagnóstico




      • 7.2.2 Linfócitopenias


        • 7.2.2.1 Diagnóstico






    • 7.3 Transtornos Proliferativos


      • 7.3.1 Neutrofilia


      • 7.3.2 Eosinofilia






  • 8 Referências


  • 9 Ligações externas





Etimologia |


O nome "glóbulo branco" deriva da aparência física de uma amostra de sangue após centrifugação. As células brancas são encontradas no buff, uma camada fina, tipicamente branca, de células nucleadas entre os glóbulos vermelhos sedimentados e o plasma sanguíneo. O termo científico leucócito reflete diretamente sua descrição. É derivado das raízes gregas Leukos - que significa "branco" e Kytos - que significa "célula".



Quantidade de leucócitos no sangue |


Geralmente, a quantidade de leucócitos num determinado volume de sangue é determinada automaticamente através de um contador celular computadorizado. Esses instrumentos fornecem a contagem leucocitária total, expressa como quantidade de células por mililitros de sangue, assim como a proporção de cada um dos cinco tipos principais de leucócitos. A contagem leucocitária total normalmente varia de 4 mil a 12 mil células por milímetro cúbico. Uma quantidade muito pequena ou muito grande de leucócitos indica um distúrbio.


A leucopenia, uma diminuição na quantidade de leucócitos para menos de 4.000 células por microlitro, torna uma pessoa mais suscetível a infecções. A leucocitose, um aumento na quantidade de leucócitos, pode ser uma resposta a infecções ou substâncias estranhas, ou ser resultante do estresse ou de determinadas drogas.


A maioria dos distúrbios dos leucócitos envolve os neutrófilos, os linfócitos, os monócitos e os eosinófilos. Distúrbios envolvendo os basófilos são muito raros.



Tipos de leucócitos |


Os leucócitos dividem-se em duas classes:


  • Os granulados constituem 50% a 60% de todos os leucócitos. Têm esse nome porque contêm grânulos com diferentes substâncias químicas, dependendo do tipo da célula. Dividem-se em três classes: neutrófilos, eosinófilos (acidófilos) e basófilos. Mastócitos também são granulados.

  • Os hialinos (semelhante a vidro), que são agranulados, constituem 30% a 40% de todos os leucócitos. Os linfócitos se dividem em dois subtipos principais: células B (as que amadurecem dentro da medula óssea ou estruturas específicas no intestino, amígdalas e outros) e as células T (aquelas que amadurecem no timo). * Os monócitos, também agranulados, constituem até 7% de todos os leucócitos. Os monócitos se transformam em macrófagos.

Todas as células sanguíneas brancas começam na medula óssea como células-tronco. As células-tronco são células genéricas que podem se transformar em diferentes tipos de leucócitos à medida que amadurecem. Por exemplo, podemos pegar um camundongo, irradiá-lo ou aplicar-lhe uma quimioterapia de forma a destruir as células da medula óssea, e posteriormente injetar células-tronco na corrente sanguínea. As células-tronco se dividirão e se transformarão nos diversos tipos diferentes de células sanguíneas brancas. Um transplante de medula óssea segue o mesmo princípio: injeta células-tronco de um doador dentro da corrente sanguínea. As células-tronco encontram seu caminho para dentro da medula e fazem dela o seu lar.



























































Tipo Imagem Diagrama % no Sangue dos Adultos
Função
Neutrófilo PBNeutrophil.jpg Neutrophil.png 65% Neutrófilos estão envolvidos na defesa contra infecções bacterianas e outros pequenos processos inflamatórios. Também são chamados micrófagos e são o tipo mais abundante no sangue humano. Geralmente morrem após a fagocitose, dando origem ao pus.
Eosinófilo Eosinophil2.png 2% a 4% Comuns na mucosa intestinal, atacam organismos grandes demais para serem fagocitados. Eosinófilos estão envolvidos nas infecções parasitárias e processos alérgicos. Têm um núcleo celular bilobulado. Participam de processos alérgicos.
Basófilo PBBasophil.jpg Basophil.png <1% Libera mediadores químicos como a histamina(substância vasodilatadora) e heparina (anticoagulante). Tem papel importante nas reações alérgicas exacerbadas que culminam nos choques anafiláticos.

mastócitos



Atuam na resposta inflamatória (liberação de IgE) no tecido conjuntivo.
Linfócito Lymphocyte2.jpg Lymphocyte.png 24% a 32% Linfócitos são mais comuns no sistema linfático. Os cinco tipos principais são:

  • Linfócitos B: Células B produzem anticorpos que se ligam ao patógeno para sua posterior destruição. Células B também são responsáveis pelo sistema de memória ("guardam resposta contra um novo ataque do mesmo agente patógeno").

  • Linfócitos T Auxiliares ou (CD4+): coordena a resposta imune, estimulando a ação dos linfócitos B. São as células atacadas pelo vírus causador da AIDS.

  • Linfócitos T citotóxicos (ou CD8+): possuem receptores específicos para um único antígeno. São capazes de destruir células infectadas quando apresentadas por outras células específicas (APC's).

  • Linfócitos Natural killers ou NK: não possuem receptores específicos para um antígenos, e sim para classes de antígenos diversos. Também são capazes de destruir células infectadas ou células tumorais.

  • Linfócitos T inibidores: inibem o sistema imune, evitando a produção de anticorpos pelos linfócitos B. Acredita-se que estejam envolvidos na inibição de doenças autoimunes.


Monócito Monocyte.png 5.3% Oriundo do monoblasto, diferenciam-se, sempre que necessário em macrófagos, mas também fagocitam.
Macrófago Macrophage.jpg Macrophage.png Resulta da diferenciação dos monócitos. Possuem grande capacidade fagocítica. Estão ausentes no sangue Monócitos são conhecidos como macrófagos quando migram do sangue (tecido conjuntivo líquido) para os demais tecidos. Sua função é a fagocitose de micro-organismos considerados "invasores".

Têm núcleo presente.




Função |


Os monócitos, macrófagos e neutrófilos tem como função ingerir bactérias, células mortas, anormais ou infectadas.
Os neutrófilos são os primeiros a atacar o agente invasor (principalmente em infecções bacterianas). Caso ele falhe, o monócito (o macrófago do sangue, que engloba os invasores) é acionado.


A função do linfócito está relacionada com as reações imunitárias. A imunidade humoral ligada a produção de anticorpos (linfócitos B). A imunidade celular ligada a proliferação de células efetoras. Os linfócitos são mais atuantes em infecções virais.


Os basófilos e os eosinófilos combatem ou são responsáveis por processos alérgicos.



Produção |


São fabricados na medula óssea a partir de células hematopoiéticas que se diferenciam em células precursoras mieloides (para os granulócitos, monócitos e macrófagos) ou linfoides (para linfócitos).


No caso dos linfócitos: os linfócitos T4 migram para o timo, onde amadurecem, e os linfócitos B ficam na medula óssea para o mesmo efeito. Após serem linfócitos maduros migram para os órgãos linfoides secundários onde são armazenados. Estes órgãos são as adenoides, as tonsilas, o baço e os linfonodos que temos essencialmente nas axilas e nas virilhas.



Capacidades |


Os leucócitos também têm capacidades especiais. São capazes de realizar a diapedese, ou seja, migrarem para fora dos vasos capilares, e também conseguem capturar material estranho através de um processo chamado fagocitose. Na fagocitose, os leucócitos projetam as suas extremidades (pseudópodes) de modo a conseguirem "aprisionar" corpos estranhos e então fazer a digestão dos mesmos.



Doenças |



Introdução |


Dentro das possíveis doenças dos leucócitos nós podemos criar dois tipos distintos dependendo de como afetam quantitativamente estas células. Podem-se definir os transtornos proliferativos, nos quais há um aumento do número destes, ou leucopenias, nas quais há uma diminuição do número. Além disso, podemos também dividir estes transtornos de forma qualitativa, sendo que se podem identificar diversos tipos de doenças que podem afetar o correto funcionamento destas células.


O aumento ou a diminuição de linfócitos pode gerar a linfocitose ou a linfocitopenia, detectadas através da contagem de células sanguineas. O aumento geral no número de linfócitos é conhecido como linfocitose, enquanto que uma diminuição é conhecida como linfocitopenia.Linfocitose geralmente é um sinal de infecção viral e em alguns casos raros, as leucemias são encontradas através de uma contagem de linfócitos anormalmente aumentada em uma pessoa normal.Linfocitopenia está associada a taxas aumentadas de infecção após cirurgia ou trauma.


Diversas doenças reumatológicas têm como substrato fisiopatológico a auto-imunidade, os eventos chaves no seu desenvolvimento são o reconhecimento de antígenos próprios por linfócitos auto-reativos, a ativação destas células para proliferarem e se diferenciarem em células efetoras e o dano tecidual causado pelas células efetoras e seus produtos.


Genética na auto-imunidade


A maioria das doenças auto-imunes é poligênica, e os indivíduos afetados herdam múltiplos polimorfismos genéticos que contribuem para a suscetibilidade a doenças, alguns destes polimorfismos são associados a diversas doenças auto-imunes, sugerindo que os genes causadores influenciam mecanismos gerais da imunorregulação e autotolerância.


Infecções e auto-imunidade


Há evidências que infecções virais e bacterianas contribuam para o desenvolvimento e exacerbação de uma doença auto-imune. Em pacientes é comum o aparecimento dessas patologias ser associado a quadros infecciosos e, em modelos animais, a lesão tecidual relacionada a auto-imunidade melhorar após a extinção do foco infeccioso.


As infecções podem produzir respostas naturais que recrutam leucócitos para resposta imune local, podendo ocorrer ativação de células inespecíficas para determinado patógeno, com a denominação de ativação espectadora.


De outra forma, microrganismos podem conter antígenos que reagem de maneira cruzada com antígenos próprios, podendo resultar em reações contra os mesmos. Este fenômeno é denominado de simulação molecular. Como exemplo, pode-se citar a febre reumática, causada por anticorpos antiestreptocócicos com as proteínas miocárdicas.


Além disso, podem ser ativadas as células “toll like”, levando a produção de citocinas ativadoras de linfócitos, demonstrados em modelos murinos de lúpus eritematoso sistêmico (LES).


Tais relações ainda precisam ser mais estudadas e avaliadas para serem melhor estabelecidas na patogênese das doenças auto-imunes.


Influência hormonal


Em algumas patologias, a influência hormonal parece desempenhar um papel significativo. Por exemplo, o LES acomete muito mais mulheres do que homens. Essas mulheres geralmente no início do quadro são jovens, em idade fértil. Entretanto, não há ainda uma correlação bem estabelecida se essa doença tem como fator o gênero feminino ou a presença maior de hormônios sexuais.


Doenças causadas por anticorpos


As doenças mediadas por anticorpos são produzidas por anticorpos que se ligam a antígenos em células, ou em tecidos extracelulares ou por complexos antígeno-anticorpo que se formam na circulação e são depositados nas paredes dos vasos


Anticorpos contra células e antígenos teciduais


Os anticorpos contra antígenos celulares ou matrizcausam doenças que afetam especificamente células ou tecidos em que estes antígenos estão presentes. Na maioria dos casos, tais anticorpos são auto-anticorpos, mas podem ocasionalmente ser produzidos contra um antígeno estranho que reaja imunologicamente de forma cruzada com um componente dos tecidos próprios.


Os anticorpos contra antígenos teciduais causam doenças por três mecanismos principais:


1. Podem opsonizar células ou ativar o sistema complemento, resultando na produção de proteínas do complemento que opsonizam células, esse é o mecanismo principal de destruição celular na anemia hemolítica auto-imune e na púrpura trombocitopênica auto-imune


2. Os anticorpos depositados nos tecidos recrutam neutrófilos e macrófagos, que se ligam aos anticorpos ou proteínas do complemento anexadas por Fc e receptores do complemento, ativando leucócitos gerando uma inflamação aguda e lesão tecidual esse é o mecanismo da febre reumática, síndrome de Goodpasture, vasculites associadas ao ANCA (anticorpos citoplasmáticos antineutrófilos)


3. Os anticorpos se ligam a receptores celulares normais ou a outras proteínas podendo interferir com a função desses receptores ou proteínas e causar doença sem inflamação ou dano real ao tecido.


essa doença tem como fator o gênero feminino ou a presença maior de hormônios sexuais.


Doenças causadas por anticorpos


As doenças mediadas por anticorpos são produzidas por anticorpos que se ligam a antígenos em células, ou em tecidos extracelulares ou por complexos antígeno-anticorpo que se formam na circulação e são depositados nas paredes dos vasos


Anticorpos contra células e antígenos teciduais


Os anticorpos contra antígenos celulares ou matrizcausam doenças que afetam especificamente células ou tecidos em que estes antígenos estão presentes. Na maioria dos casos, tais anticorpos são auto-anticorpos, mas podem ocasionalmente ser produzidos contra um antígeno estranho que reaja imunologicamente de forma cruzada com um componente dos tecidos próprios.


Os anticorpos contra antígenos teciduais causam doenças por três mecanismos principais:


1. Podem opsonizar células ou ativar o sistema complemento, resultando na produção de proteínas do complemento que opsonizam células, esse é o mecanismo principal de destruição celular na anemia hemolítica auto-imune e na púrpura trombocitopênica auto-imune


2. Os anticorpos depositados nos tecidos recrutam neutrófilos e macrófagos, que se ligam aos anticorpos ou proteínas do complemento anexadas por Fc e receptores do complemento, ativando leucócitos gerando uma inflamação aguda e lesão tecidual esse é o mecanismo da febre reumática, síndrome de Goodpasture, vasculites associadas ao ANCA (anticorpos citoplasmáticos antineutrófilos)


3. Os anticorpos se ligam a receptores celulares normais ou a outras proteínas podendo interferir com a função desses receptores ou proteínas e causar doença sem inflamação ou dano real ao tecido.


Doenças causadas por linfócitos t (hipersensibilidade do tipo tardio)


Ocorre lesão tecidual por hipersensibilidade tardia ou por destruição celular direta.


As reações por hipersensibilidade tardia são desencadeadas por linfócitos T CD4 do subgrupo Th1 e de células CD8 com secreção de citocinas que ativam os macrófagos com indução da inflamação, tipicamente crônica. Os linfócitos T CD8 podem eliminar diretamente as células-alvo que possuam antígenos associados ao complexo principal de histocompatibilidade (MHC). As células T que causam lesão aos tecidos podem ser auto-reativas ou específicas para antígenos protéicos.



Leucopenias |


   Leucopenias são um tipo de problema nos leucócitos que causa uma diminuição do número dos mesmos existente no corpo, sendo que para homens o normal se encontra entre 4500 e 11000 por milímetro cúbico de sangue. Geralmente este tipo de doença é apenas temporária e são a principal causa para o encaminhamento de pacientes a um hematologista. Estas podem ser originárias de diversos fatores como por infeções, uso de drogas e megablastócitos, podendo estas serem consideradas das causas mais comuns. 


   Dentro das leucopenias podemos distinguir a neutropenia e a linfopenia, sendo que a primeira pode ser considerada um sinónimo de leucopenia, enquanto que a segunda é uma diminuição no número de linfócitos. 



Neutropenias |


Pode resultar de um aumento na utilização e consequente destruição dos leucócitos, diminuição da sua produção ou até ambos. Pelas suas causas podemos criar uma criar uma classificação a nível funcional das neutropenias, como:


  • Tipo1: Produção reduzida de hipoplasia mielóide

Hipoplasia mielóide é o nome para quando ocorre uma deficiência na produção de leucócitos, eritrócitos e plaquetas pela medula óssea. Isto causa uma diminuição na quantidade de neutrófilos produzidos, mas sem afetar a sua sobrevivência. 


  • Tipo 2: Agranulocitose incorreta ou sem eficiência

Ocorre uma morte intercelular dos percursores mielóides, ou seja, menos células são produzidas.


  • Tipo 3: Redução da taxa de sobrevivência 

Devido a um aumento das toxinas ou antígenos de leucócitos, hiperatividade do sistema retículo-endotelial ou excreção exagerada de esplênico.


  • Tipo 4: Granulocitopenia combinada

Este é o mecanismo que normalmente mais leva a neutrofenia e um comum exemplo deste é leucemia aguda com sepse.


  • Tipo 5: Pseudoneutropenia

É uma aparente neutropenia, resultando de um desequilíbrio no local onde os granulócitos são armazenados como aumento do espaço ocupado pelos mesmos na medula óssea. 


 Esta pode-se encontrar como um caso isolado ou associada a outras complicações, como anemia e/ou trombocitopenia e pode apresentar-se clinicamente de formas variadas. Além disso, pode ter variadas causas, como:



  • Infecções: 

Sendo que existem vários tipos de infecções que podem levar a esta doença, no entanto, o clássico ocorre por uma infecção hepática ou mononucleose. Após o aparecimento destas, neutropenia desenvolve-se durante os dois primeiros dias.


  • Medicações:

Devido muitas vezes ao uso de várias medicações simultaneamente pode-se encontrar dificuldade em entender qual a especifica causadora da neutropenia, além de que por vezes a doença para a qual as medicações são usadas é que é a verdadeira culpada pelo aparecimento deste problema. Dentro das causas de neutropenia por droga pode-se identificar dois tipos distintos, sendo eles o de reação previsível e de idiossincrático


- Previsivel: é comum o uso destes levar a neutropenia se usados em certas dosagens. Exemplo: quimioterapia 


- Idiossincrático: mais comuns entre mulheres de idade ou pacientes com um historial de diversas alergias, neste tipo de reação esta é inesperada. 


  • Tumores:

Pode estar associado a certos tumores tanto hematológicos como de d+outros tipos. É bastante comum em leucemias agudas, como já dito previamente, por exemplo.



  • Hiperesplenismo: 

O normal é ocorrer uma diminuição de todas as células presentes no sangue devido a este problema.


  • Imunoneutropenia:

Neutropenia encontra-se presente em mais de 50% dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, que é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. 



Diagnóstico |

Para ser feito o diagnóstico desse tipo de doenças é feito um exame de sangue, hemograma com um pediatra ou clínico geral. Caso com este não se consiga fazer um diagnóstico totalmente preciso é necessário outros exames mais sofisticados como, por vezes, o mielograma ( usando uma amostra de medula óssea). 



Linfócitopenias |


A linfocitopenia, como já dito previamente, ocorre quando há um menor número de linfócitos que o normal. Sendo que o normal em adultos se encontra entre 1000 e 4800 linfócitos e em crianças entre 3000 e 9500. Portanto, linfocitopenia seria quando há menos de 1000 por microlitro de sangue em adultos e menos de 3000 por microlitro em crianças. Esta doença pode ser devido á formação de menos linfócitos, destruição dos linfócitos formados, não serem capazes de chegar ao seu destino por ficarem presos em nódulos linfáticos ou no baço ou uma combinação de todos estes fatores.


   Diversas doenças e fatores podem levar ao desenvolvimento de linfocitopenia e estas podem ser herdadas ou adquiridas. 


  • Herdadas:

Existem diversas doenças hereditárias, ou seja, passadas geneticamente pelos progenitores, que podem levar a linfócitopenia, no entanto são relativamente raras. Exemplo: anomalia DiGeorge, síndrome Wiskott-Aldrich, síndrome de Louis-Bar e imunodeficiência combinada grave.


  •  Adquiridas:

Podem ser de vários tipos, como:


- Doenças infecciosas como AIDS, hepatite vira ou tuberculose;


- Problemas autoimunes como lupus;


- Uso de esteróides;


- Câncer do sangue e outras doenças saguineas como aplasia medular ou doença de Hodgkin´s;


- Radiação e quimioterapia;



Diagnóstico |

O diagnóstico irá ser feito baseando-se no historial médico, exame físico e testes adicionais, sendo que poucos linfócitos unicamente pode não originar qualquer tipos de sintomas. Para se entender o historial médico irá ser necessário saber se a pessoa possui algum tipo de doença infecciosa, se já necessitou de tratamento de quimioterapia e será verificado o histórico familiar em busca de alguma doença hereditária que possa causar linfocitopenia. No exame fisíco irá ser buscado qualquer tipo de sinal para uma infecção, como febre e verificar, por apalpação, o tamanho dos nódulos linfáticos e baço. Por fim, irão ser realizados testes de sangue e para outras condições que possam estar associadas a esta doença.



Transtornos Proliferativos |


São transtornos que podem levar a reações leucemóides. Estas caracterizadas pelo aumento dos leucócitos.  Existem causas fisiológicas para essas reações. Uma delas é a produção acentuada de glóbulos brancos pela medula óssea. Não obstante à produção, a medula óssea pode liberar também os glóbulos brancos na corrente sanguínea de maneira atípica. Outro fator fisiológico, é a falha na captação das células de defesas pelos tecidos, aumentando a quantidade livre dos leucócitos no sangue. As reações leucemóides podem afetar linhagens de células imunes, causando, por exemplo, a neutrofilia e a eosinofilia. Além disso, é muito confundível o diagnóstico de reações leucemóides com leucemia, sendo necessário o prognóstico para estabelecer diagnóstico diferencial. Geralmente, a leucemia é crônica enquanto as reações leucemóides acabam com o fim dos agentes externos causadores, como infecções, por exemplo. 



Neutrofilia |


É o aumento da quantidade de neutrófilos na circulação periférica. Contudo, deve-se ter em mente que o número de neutrófilos no sangue varia de acordo com a idade. A neutrofilia pode ser causada por doenças primárias, ocasionando problemas hematológicos, como a leucemia ou transtornos de imunodeficiência. Pode ser motivada também por fatores secundários como fumo, stress, uso de corticoesteroides e câncer. No entanto, a maioria dos casos de neutrofilia decorrem de inflamações mediadas pelo sistema imune, desta forma, uma origem secundária.



Eosinofilia |


É a quantidade de eosinófilos acima do valor de referência (VR). Contudo, algumas observações devem ser feitas em relação ao VR de eosinófilos. Em bebês é comum uma maior quantidade de eosinófilos. Também é comum uma quantidade acentuada de eosinófilos em processos inflamatórios ou de doenças infecto- parasitárias, especialmente em doenças envolvendo parasitas. Portanto, deve-se analisar múltiplos fatores para eosinofilia, mesmo que o VR esteja alterados.



Referências


Vinay Kumar; et al. (2010). Robbins and Cotran pathologic basis of disease (8th ed.). Philadelphia, PA: Saunders/Elsevier. ISBN 1416031219.
Kenneth Kaushansky et al., eds. (2010). Williams hematology (8th ed.). New York: McGraw-Hill Medical. ISBN 0071621512.
Victor Hoffbrand - Fundamentos em Hematologia, 6ª Edição




  1. Sasson, Sezar; Silva Junior, Cesar da; Biologia 1 Citologia Histologia; 5ª edição revisada e atualizada; Atual Editora; São Paulo, 1989; ISBN 58-7056-045-1.



Ligações externas |








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  • Sangue, células sanguíneas, coagulação e imunidade




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