Tuaregues


















Tuaregues



Artesão tuaregue de Hoggar, na Argélia

População total

1-1,5 milhões


Regiões com população significativa






Argélia, Mali, Níger, Líbia, Chade, Burkina Faso e Nigéria


Línguas

berbere
Religiões

islamismo
Grupos étnicos relacionados

berberes

Os tuaregues (em árabe: الطوارق) ou imuagues (Imuhagh) são um povo berbere constituído por pastores seminômades, agricultores e comerciantes. No passado, controlavam a rota das caravanas no deserto do Saara. Maioritariamente muçulmanos, são os principais habitantes da região sahariana do norte da África,[1] distribuindo-se pelo sul da Argélia, norte do Mali,[2]Níger, sudoeste da Líbia, Chade e, em menor número, em Burkina Faso e leste da Nigéria. Podem ser encontrados, todavia, em praticamente todas as partes do deserto. Falam línguas berberes e preservaram uma escrita peculiar, o tifinague.[3] Estima-se que existam entre 1 e 1,5 milhões nos vários países que partilham aquele deserto.
[4]




Índice






  • 1 Etimologia


  • 2 Origem dos tuaregues


  • 3 Costumes


  • 4 Hierarquia


  • 5 Revoltas


  • 6 Genética


    • 6.1 Cromossomo Y (ADN-Y)




  • 7 Referências





Etimologia |


A palavra árabe "tuaregue" deriva de Targa, que é o nome berbere da província da Fazânia, no sul da Líbia. Originalmente, "tuaregue" designava os habitantes da Fazânia. O termo foi incorporado nas línguas inglesa, francesa e alemã durante o período colonial. Targa significa "canal de drenagem" e, por extensão, "terra arável, jardim". Aplicava-se à área de Uádi Alhaia, entre Saba e Ubari. Em árabe, transformou-se em Bilad al-Khayr ("boa terra").[5]


Segundo Adalberto Alves, no seu Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, a origem da palavra "tuaregue" é a palavra árabe ṭwâriq, "salteadores". Existe também uma versão folclórica, muito difundida, que liga a palavra "tuaregue" a tawariq ("abandonado por Deus"). Basicamente, essa versão parece refletir a desaprovação dos muçulmanos mais ortodoxos ao animismo praticado pelos tuaregues.[5]


Os tuaregues chamam a si próprios de imuagues (Imuhagh; Imazaghan, Imashaghen ou Imazighan, "os homens livres"). A palavra para "homem" é Amajagh (variações: Amashegh, Amahagh) e, para "mulher", Tamajaq (variações: Tamasheq, Tamahaq, Timajaghen). Todas as variantes têm a mesma raiz linguística, expressando a noção de "homem livre", a qual exclui as castas de artesãos e escravos. Coletivamente, eles se identificam como Tamust - a nação. Outra autodesignação, de origem mais recente, é Kel Tamasheq ou Kel Tamajaq (em tifinague, ⴾⴻⵍ ⵜⴰⵎⴰⵌⴰⵆ), que significa "falantes de tamaxeque".[5] Também se encontram, na literatura etnográfica do início do século XX, as expressões Kel Tagelmust, "povo de véu"[6] e "homens azuis".



Origem dos tuaregues |


A língua tamaxeque - mais do que a linhagem genética - é o principal elo comum entre os vários grupos e o que os caracteriza como povo. Provavelmente têm parentesco com egípcios e marroquinos, com quem compartilham traços culturais e a religião muçulmana. Mas não são árabes - são berberes e usam o alfabeto tifinague. Originalmente, habitavam a costa mediterrânea da África, quando povos asiáticos domesticaram os dromedários, o que possibilitou a travessia do deserto. Assim, começaram a se expandir para o sul, onde formaram vários impérios e civilizações, a ponto de, mesmo no lago Chade, em sua parte sul, no norte dos Camarões e Nigéria, o sangue tipo A, tido como marcador caucasoide, ser bastante comum até os dias atuais.



Costumes |




Em linha tracejada, área onde um número significativo de tuaregues vive atualmente


Usam a linguagem materna embora não sejam matriarcais[carece de fontes?]. São os homens que não dispensam um véu azul-índigo característico, o Tagelmust, que usam mesmo entre os familiares. Dizem que os protege dos maus espíritos. Tem a função prática de proteger contra a inclemência do sol do deserto e das rajadas de areia durante suas viagens em caravana. Usam como um turbante que cobre também todo o rosto, exceto os olhos. As comunidades de tuaregues têm, por norma, oferecer chá de menta aos grupos de turistas.



Hierarquia |


Têm uma distinta hierarquização formada por castas que descendem da tradicional rainha guerreira Tin Hinan e seu companheiro Takama.


A casta nobre, Imajeren, são os guerreiros. Portam a tradicional espada Takoba, cujo formato lembra muito as espadas medievais das cruzadas. Há pequenas distinções no formato e detalhes entre as espadas de acordo com a região de origem ou dos artesãos-ferreiros que as fazem. A lâmina larga de dois gumes tem um friso longitudinal e o punho é guarnecido por uma peça retangular que lembra uma cruz.


A religião fica a cargo dos Ineselmen, que significa "os Muçulmanos". Eles cuidam da observação das leis do Corão. Desde o século XVI, os Tuaregues têm sido muçulmanos. Exercem-no, contudo, sem muito rigor, devido principalmente ao nomadismo, que os impossibilita de seguir algumas obrigações, como a do Ramadã. Combinam a tradição Sunita (Maliki madhhab) com algumas crenças pré-islâmicas animísticas, como a presença dos espíritos Kel Asuf e a divinização do Corão.


Os "Homens Livres" (Imrad) são a maioria e se dizem descendentes de Takama. Imrad significa "povo das cabras". Podem ter sido Berberes que viviam nas regiões de Ajjer, Ahaggar e Adrar-n-Iforas e que foram dominados pelos Imunan quando sua própria nobreza, os Uraren, se rebelou contra os Imunan.


Os escravos, chamados de Iklan, são compostos por descendentes dos antigos cativos. Desde a dominação francesa em finais do século XIX, não é permitida a escravidão. Mesmo assim, eles permanecem em quantidade considerável e têm as suas próprias subcastas.



Revoltas |



Ver artigos principais: Rebelião tuaregue (1916-1917), Rebelião tuaregue (1961-1964), Rebelião tuaregue (1990-1995), Rebelião tuaregue (2007-2009) e Rebelião tuaregue (2012)

Antes de se tornarem pacíficos como são atualmente, os Tuaregues cobravam pedágios altíssimos dos outros viajantes, assaltando e massacrando os que deixavam de pagar. Em 1946, com a chegada de novos governos, eles entraram em guerra por sua liberdade (o que acabou com aproximadamente quarenta mil Tuaregues mortos, incluindo mulheres e crianças).[carece de fontes?] Agora, dedicam-se principalmente à música, ao artesanato e ao pastoreio de animais como os dromedários.



Genética |



Cromossomo Y (ADN-Y) |


Os haplogrupos do cromossoma Y humano passam ​​exclusivamente através da linha paterna e foram encontrados com as seguintes frequências em tuaregues:










































































































População



A/B

E1b1a

E-M35

E-M78

E-M81

E-M123

F

K-M9

G

I

J1

J2

R1a

R1b

Outros

Estudo
1 Tuaregues da Líbia
47 0 42,5% 0 0 48,9% 0 0 0 0 0 0 0 0 6,4% 2,1% Ottoni et al. (2011)[7]
2 Tuaregues do Mali
11 0 9,1% 0 9,1% 81,8% 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Pereira et al. (2011)[8]
3 Tuaregues do Burkina Faso
18 0 16,7% 0 0 77,8% 0 0 5,6% 0 0 0 0 0 0 0 Pereira et al. (2011)
4 Tuaregues do Níger
18 5,6% 44,4% 0 5,6% 11.1% 0 0 0 0 0 0 0 0 33,3% 0 Pereira et al. (2011)


Commons

O Commons possui imagens e outras mídias sobre Tuaregues



Referências




  1. «Q&A: Tuareg unrest». BBC. 7 de setembro de 2007. Consultado em 4 de janeiro de 2008. 


  2. I. CASE BACKGROUND


  3. Enciclopédia Barsa - Vol. 15, pgs. 225-226. Encyclopædia Britannica Consultoria Comercial Ltda. São Paulo (1994).


  4. «Who are the Tuareg?». Smithsonian Institution. Consultado em 3 de novembro de 2007. 


  5. abc Lopes, Margarida Santos (7 de Abril de 2012). «Tuaregues: quem são os homens que dividiram o Mali». Público. Consultado em 7 de Abril de 2012. 


  6. Rodd, Francis James Rennell People of the veil. Being an account of the habits, organisation and history of the wandering Tuareg tribes which inhabit the mountains of Air or Asben in the Central Sahara, London, MacMillan & Co., 1926 (repr. Oosterhout, N.B., Anthropological Publications, 1966)


  7. Ottoni C, Larmuseau MH, Vanderheyden N, Martínez-Labarga C, Primativo G, Biondi G, Decorte R, Rickards O., Deep into the roots of the Libyan Tuareg: a genetic survey of their paternal heritage, Am J Phys Anthropol. 2011 May;145(1):118-24. doi: 10.1002/ajpa.21473. Epub 2011 Feb 10


  8. Pereira et al., Y chromosomes and mtDNA of Tuareg nomads from the African Sahel , European Journal of Human Genetics (2010) 18, 915–923; doi:10.1038/ejhg.2010.21; published online 17 March 2010





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