Igreja Ortodoxa Sérvia
















































Igreja Ortodoxa Sérvia


Brasão da Igreja


Bandeira da Igreja
Fundador
Sava da Sérvia
Independência 1219–1463
1557–1766
1920-
Reconhecimento 1219 (autocefalia)
1346 (patriarcado)
Primaz Patriarca Irineu da Sérvia
Sede Primaz
Belgrado, Sérvia
Tradicionalmente, Patriarcado de Peć, Cosovo
Território
 Sérvia
 Bósnia e Herzegovina
 Montenegro
 Croácia
Macedónia do Norte Macedônia do Norte
 Eslovênia
Posses
 Austrália
Europa Ocidental
Américas

Língua
Eslavo eclesiástico e sérvio
Adeptos 8–11 milhões[1][2]
Site
www.spc.rs

A Igreja Ortodoxa Sérvia (em sérvio: Српска православна црква / Srpska pravoslavna crkva) é uma Igreja Ortodoxa autocéfala sediada na Sérvia, mas com jurisdição sobre toda a antiga Iugoslávia. O chefe da Igreja recebe o título de "'Arcebispo de Peć, Metropolita de Belgrado-Karlovci e Patriarca da Sérvia", com residência em Belgrado.


Seu atual primaz é o Patriarca Ireneu (em sérvio: Иринеј / Irinej), consagrado em 24 de novembro de 2010 na Catedral de Belgrado, quando, com 80 anos de idade, Ireneu substituiu o patriarca Paulo, falecido em novembro de 2009 após ocupar o cargo durante 19 anos, um período difícil no qual a Iugoslávia se desmembrara.[3]




Índice






  • 1 História


  • 2 No Brasil


  • 3 Referências


  • 4 Bibliografia





História |




São Floro e São Lauro


Já temos registro de forte presença do cristianismo na região no século II, com o massacre de 300 cristãos em Lipliana, no atual Cosovo, entre eles São Floro e São Lauro. Constantino, primeiro imperador romano cristão, era ilírio e nascido em Niš, hoje na Sérvia. A Arquidiocese de Justiniana Prima, fundada no ano de 535, chegou a ter todo o território que hoje é a Sérvia sob sua jurisdição, mas foi destruída provavelmente ainda no começo do século VII por eslavos e ávaros. De acordo com Constantino VII Porfirogênito, os sérvios foram cristianizados durante o reinado de Heráclio (r. 610–641), sob o papado bizantino.[4]


O estabelecimento do cristianismo como religião de Estado, no entanto, data do Príncipe Mutímero e do imperador Basílio I, o Macedônio, mandando padres juntos de Nicetas Orifa em algum momento antes da defesa de Dubrovnique contra os sarracenos, o que nos leva a concluir algum tempo entre 867 e 869. A primeira eparquia foi a de Ráscia e Petrizen, fundada sobre a Antiga Ras. O Príncipe Pedro da Sérvia, foi o primeiro príncipe da Sérvia com um nome cristão. À época, imagina-se que missionários vinham massivamente da Bulgária.[5] A Arquidiocese de Ocrida é fundada por volta de 1019 com a conquista bizantina da Bulgária, e a Sérvia é dividida em várias dioceses.


Em 1219, São Sava, após voltar de décadas de vida monástica, é consagrado Arcebispo da Sérvia e recebe autocefalia de Manuel I de Constantinopla. Em 1346, em cerimônia no Monte Atos, o Arcebispo Joanikije II é reconhecido como Patriarca, sendo assim inaugurada a função do Patriarcado da Sérvia, que então coroa o Rei Estêvão Duchan "Imperador e Autocrata dos Sérvios e Romanos", com "romanos", no caso, referindo-se aos gregos bizantinos.[6]


Com a conquista otomana da Sérvia em 1459, Atanásio II, Patriarca à época, não teria sucessor eleito após sua morte em 1463. Os cristãos da região que não se convertessem ao islamismo seriam diretamente submetidos ao Patriarca de Constantinopla até 1557, quando, sob a influência do grão-vizir Sokollu Mehmet, Solimão, o Magnífico restaurou o Patriarcado em Peć. A restauração foi importante para a unificação espiritual dos sérvios do Império, mas, após insurreições contra os otomanos em que a Igreja teve um forte papel, a posição foi abolida novamente em 1766, com a autoridade eclesial estando com o Metropolita de Belgrado.


Com a Revolução Sérvia, a Ortodoxia voltou a ganhar força no país, dando origem, em 1848, ao Patriarcado de Karlovci, ligado à Casa de Habsburgo, em oposição à Arquidiocese de Belgrado, ligado ao Reino da Sérvia. O Patriarcado teria a autocefalia reconhecida em 1879, e, em 1920, após a Primeira Guerra Mundial, funde-se à Arquidiocese de Belgrado, dando um novo início à Igreja Ortodoxa Sérvia.



No Brasil |





Divina Liturgia celebrada no sítio de construção da Paróquia de São João Crisóstomo, em Caruaru.


A Igreja Ortodoxa Sérvia é representada no Brasil por paróquias em São Paulo, Recife, Camaragibe (onde fica o Mosteiro Ortodoxo da Santíssima Trindade), Caruaru e Belo Jardim, sob jurisdição da Arquidiocese de Buenos Aires, América do Sul e Central, presidida desde 2016 pelo Bispo Kiril Bojovic.[3][7]



Referências




  1. «Adherents.com». Consultado em 5 de março de 2015 


  2. «Orthodox Church of Serbia». Consultado em 5 de março de 2015. Arquivado do original em 10 de janeiro de 2011 


  3. ab «Diócesis de Buenos Aires, Sudamérica y Centroamérica». Patriarcado Ortodoxo Serbio (em espanhol). Consultado em 2 de março de 2018. Cópia arquivada em 29 de janeiro de 2018 


  4. Constantino VII 1993, p. 153-160.


  5. Fine 1991, p. 141.


  6. Fine 1994, p. 309.


  7. «Brasil». Patriarcado Ortodoxo Serbio (em espanhol). Consultado em 2 de março de 2018. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2018 



Bibliografia |




  • Constantino VII (1993). Moravcsik, Gy.; Jenkins, R. J. H. (trad.), ed. Sobre a Administração Imperial. Washington D.C.: Dumbarton Oaks Center for Byzantine Studies  !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de editores (link)


  • Fine, John Van Antwerp (1991). The Early Medieval Balkans: A Critical Survey from the Sixth to the Late Twelfth Century (em inglês). Ann Arbor, Michigan: University of Michigan Press. ISBN 0472081497 


  • Fine, John Van Antwerp (1994). The Late Medieval Balkans: A Critical Survey from the Late Twelfth Century to the Ottoman Conquest. Ann Arbor, Michigan: University of Michigan Press. ISBN 0472082604 



  • Portal da Igreja Ortodoxa
  • Portal da Sérvia



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