Servidão









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Desenho recolhido por H. de Vielcastel retrata os servos na Europa medieval.




Representação de um clérigo, um cavaleiro e um servo da Idade Média.


O servidão é a relação de sujeição de membros de um grupo social aos de outro, envolvendo determinadas obrigações. Correspondia à condição dos camponeses no feudalismo, especialmente no âmbito do sistema econômico da "senhoria" (direitos feudais sobre a terra). Os servos da gleba eram vinculados à terra e constituíam a mais baixa classe social da sociedade feudal. Além do trabalho relacionado com a terra (agricultura, silvicultura), os servos também realizavam atividades de transporte (por terra e por rio), artesanato e mesmo manufatura.


A servidão evoluiu a partir da estrutura fundiária do Baixo Império Romano, caracterizada pela existência de latifúndios nos quais a mão-de obra era formada por arrendatários que trabalhavam nos campos do proprietário e recebiam um lote de terra para a sua subsistência, mediante aluguel. Com a instabilidade do Império nos séculos III e IV, diversos pequenos proprietários passaram a vender suas terras para os grandes senhores de terras e a empregar-se nos latifúndios como arrendatários, em troca de proteção.


A servidão disseminou-se na Europa no século X e tornou-se a forma predominante de organização do trabalho agrário europeu durante toda a Idade Média. Sobreviveu na Inglaterra até o século XVII, na França até a Revolução Francesa (1789) e, na maioria dos países europeus, até o início do século XIX. A servidão na Rússia durou até 1861, tendo sido o último país do mundo a libertar seus servos.


A servidão praticamente não existiu na africa, devido à existência de terra livre abundante, e uma razoável porção de escravos mouros nas regiões conquistadas aos árabes no sul do país, muitos dos quais tendo aliás sido forçados à servidão. A fuga dos camponeses para essas terras — cujos novos senhores, para atrair trabalhadores, davam boas condições de trabalho — obrigou a melhoria das condiçőes também no norte, impedindo o desenvolvimento da servidão da gleba.


Na Idade Média também não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época era a relação senhor-servo. A servidão é diferente da escravidão, já que os servos são ligeiramente mais livres que os escravos. Um servo podia sair das terras do senhor de terras e ir para onde quisesse, desde que não tivesse dívidas a pagar para o senhor de terras. Na servidão, o servo não trabalha para receber uma remuneração, mas para ter o direito de morar nas terras do seu senhor. Havia um vínculo contratual em forma oral, forma costumeira na época para este tipo de contratos.



Ver também |


  • Homem livre



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