Sono





Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre sono em humanos. Para sono em não-humanos, veja Sono em animais não-humanos.


Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Sono (desambiguação).



Sono está associado a relaxamento dos músculos e perceção reduzida de estímulos do ambiente.


Sono (do latim somnus, com o mesmo significado) é um estado ordinário de consciência, complementar ao da vigília (ou estado desperto), em que há repouso normal e periódico, caracterizado, tanto no ser humano como nos outros vertebrados, pela suspensão temporária da atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária.


Ao dizer-se complementar, em conjugação com ordinário, quer-se significar tão somente que, na maioria dos indivíduos (com destaque, aqui, para os humanos), tais estados de consciência alternam-se, complementando-se ordinária, periódica e regularmente.


O estado de sono é caracterizado por um padrão de ondas cerebrais típico, essencialmente diferente do padrão do estado de vigília, bem como do verificado nos demais estados de consciência. Dormir, nesta acepção, significa passar do estado de vigília para o estado de sono. No ser humano, o ciclo do sono era formado por cinco estágios, mas atualmente são quatro, pois os estágios N3 e N4 fundiram-se em N3, e duram cerca de noventa minutos (podendo chegar a 120 minutos).[carece de fontes?] Ele se repete durante quatro ou cinco vezes durante o sono. Do que se tem registro na literatura especializada, o período mais longo que uma pessoa já conseguiu ficar sem dormir foi de onze dias.


Os fins e os mecanismos do sono ainda não são inteiramente claros para a ciência, mas são objeto de intensa investigação.[1][2]




Índice






  • 1 Introdução


  • 2 O ciclo do sono


    • 2.1 Sono NREM


      • 2.1.1 Estágios antigos




    • 2.2 Sono REM




  • 3 Distúrbios


    • 3.1 Fatores ambientais




  • 4 Sono maçónico


  • 5 Mitologia


  • 6 Ver também


  • 7 Referências


  • 8 Ligações externas





Introdução |




Uma criança adormecida.


Pode definir-se sono como "um período de repouso para o corpo e a mente, durante o qual a volição e a consciência estão em inatividade parcial ou completa".[3] Já Friedman (1795-1827) definiu sono como "sendo o desencadear deliberado de uma alteração ou redução do estado consciente, que dura muitíssimo, em média 8 horas (…) tendo início sensivelmente à mesma hora, em cada período de 24 horas, e (…) resultando, geralmente, em sensação de energia física, psíquica e intelectual restabelecida".


Existem várias definições do sono apresentadas por diferentes autores, e, no geral, complementam-se umas às outras.


O sono é importante para a recuperação da saúde em situação de doença,[4] enquanto a privação deste pode afetar a regeneração celular assim como a total recuperação da função imunitária.


O total de horas de sono para uma pessoa adulta está normalmente entre as sete e as oito horas.[5]



O ciclo do sono |


Um ciclo do sono dura cerca de noventa minutos, ocorrendo quatro a cinco ciclos num período de sono noturno. Oito horas é o ideal para dormir. Segundo LAVIE (1998, 45), o número de ciclos por noite depende do tempo do sono, acrescentando, ainda, que "o sono de uma pessoa jovem é, habitualmente, composto por quatro ou cinco desses ciclos, com tendência à redução com o avançar da idade". No entanto, o padrão comum varia entre quatro a cinco ciclos.


Durante o sono, o indivíduo passa, geralmente por ciclos repetitivos, começando pelo estágio N1 do sono REM, progredindo até o estágio N3, regride para o estágio N2, e entra em sono REM. Volta de novo ao estágio N2 e assim se repete novamente todo o ciclo.


Nos primeiros ciclos do sono, os períodos de NREM (mais concretamente o estágio N3) têm uma duração maior que o REM. À medida que o sono vai progredindo, o estágio N3 começa a encurtar e o período REM começa a aumentar. Na primeira parte do sono predomina o sono REM, sendo os períodos REM mais duradouros na segunda metade.


O sono, oposto à vigília (estágio W) divide-se em dois tipos fisiologicamente distintos:




  • NREM (Non Rapid Eye Movement ou "Movimento Não Rápido dos Olhos"); e


  • REM (Rapid Eye Movement ou "Movimento Rápido dos Olhos").



Sono NREM |


O sono NREM (ou não-REM) ocupa cerca de 75% do tempo do sono e divide-se em três períodos distintos conhecidos como estágios N1, N2, e N3.[6]


  • Estágio N1:

Começa com uma sonolência. Dura aproximadamente cinco minutos. A pessoa adormece. É caracterizado por um EEG semelhante ao do estado de vigília. Esse estágio tem uma duração de um a dois minutos, estando o indivíduo facilmente despertável. Predominam sensações de vagueio, pensamentos incertos, mioclonias das mãos e dos pés, lenta contração e dilatação pupilar. Nessa fase, a atividade onírica está sempre relacionada com acontecimentos vividos recentemente.


  • Estágio N2:

Caracteriza-se por a pessoa já dormir, porém não profundamente. Dura cerca de cinco a quinze minutos. O eletroencefalograma mostra frequências de ondas mais lentas, aparecendo os complexos K, e os fusos de sono. Nessa fase, os despertares por estimulação táctil, fala ou movimentos corporais são mais difíceis do que no anterior estágio. Aqui a atividade onírica já pode surgir sob a forma de sonho com uma história integrada.


  • Estágio N3:

Esse estágio tem a duração de cerca de quinze a vinte minutos, inicialmente, seguidos por quarenta minutos de sono profundo. É muito difícil acordar alguém nessa fase de sono. Depois, a pessoa retorna ao início do terceiro estágio (por cinco minutos) e ao segundo estágio (por mais quinze minutos). Entra, então, no sono REM.


Este estágio NREM do sono caracteriza-se pela secreção do hormônio do crescimento em grandes quantidades, promovendo a síntese proteica, o crescimento e reparação tecidular, inibindo, assim, o catabolismo.[7] O sono NREM tem, pois, um papel anabólico, sendo essencialmente um período de conservação e recuperação de energia física.



Estágios antigos |


  • Estágio N4:

Antigo estágio mais tardio do sono, muito similar ao antigo estágio 3, o que, bibliográfica e cientificamente, resultou na assimilação de ambos em um único estágio, o N3.



Sono REM |


O sono REM (estágio R) caracteriza-se por uma intensa atividade registrada no eletroencefalograma (EEG) seguida por flacidez e paralisia funcional dos músculos esqueléticos. Nesta fase, a atividade cerebral é semelhante à do estado de vigília. Deste modo, o sono REM é também denominado por vários autores como sono paradoxal, podendo mesmo falar-se em estado dissociativo.


Nesta fase do sono, a atividade onírica é intensa, sendo sobretudo sonhos envolvendo situações emocionalmente muito fortes.


É durante essa fase que é feita integração da atividade cotidiana, isto é, a separação do comum do importante. Estudos também demonstram que é durante o REM que sonhos ocorrem. A fase representa 20 a 25% do tempo total de sono e surge em intervalos de sessenta a noventa minutos. É essencial para o bem-estar físico e psicológico do indivíduo.



Distúrbios |


Existem vários distúrbios do sono, tais como:



  • Ronco

  • Apneia do sono

  • Insônia

  • Narcolepsia

  • Hipersonia

  • Síndrome de Kleine-Levin


  • Síndrome do atraso das fases do sono (SAFS)


A polissonografia pode ajudar a tratar os distúrbios do sono.



Fatores ambientais |


Segundo Phipps (1995) o sono é uma das muitas ocorrências biológicas que tem lugar à mesma hora, cada 24 horas.


A necessidade diária de sono varia, não só de indivíduo para indivíduo (variação interindividual), como também no mesmo indivíduo (variação intraindividual) de dia para dia.


Existem vários factores que contribuem para a alteração do padrão de sono, nomeadamente factores físicos, socioculturais, psicológicos, ambientais e outros. Segundo um estudo efetuado por DLIN e colaboradores (citados por THELAN, 1996), dentro do ambiente temos então:



  • Ruído: o ruído pode ser visto como um perigo ambiental que cria desconforto e pode interferir com o sono e repouso do doente, uma vez que activa o sistema nervoso simpático cuja estimulação é responsável pelo estado de vigília ou alerta do indivíduo.

  • Luz: muitas pessoas apresentam um nível de sensibilidade elevado à luz, sendo por isso facilmente perturbadas durante o sono mesmo que seja uma luz de pouca intensidade. Na literatura científica, a presença e ausência de luz estão correlacionadas à modulação do ciclo sono-vigília.

  • Temperatura: tendo em conta que a temperatura corporal atinge o seu pico ao final da tarde ou princípio da noite e depois vai baixando progressivamente, atingindo o ponto mais baixo ao início da manhã, uma diminuição ou um aumento da temperatura ambiente faz, geralmente, acordar a pessoa ou cria-lhe um certo desconforto que o impossibilita de dormir.

  • Sonho ou pesadelo: Geralmente o sonho, ou pesadelo começa a interferir o sono quando a pessoa já esta bastante tempo adormecido. Os dois fatores podem ser bastante responsável pela perda de sono.[carece de fontes?]


Também podem ocorrer "sensações" de fuga ou luta durante os últimos estágios do sono NREM, como ouvir o som do despertador tocando, o choro do bebê ou um chamado pelo seu nome.[8]



Sono maçónico |


Existe na maçonaria a palavra sono como terminologia para designar o estado dos maçons que optaram por ficar dormentes.[9]



Mitologia |


O sono, na Mitologia Grega, é atribuído ao deus Hipnos[10] e os sonhos, a seu filho, Morfeu.[11]



Ver também |



Wikiquote

O Wikiquote possui citações de ou sobre: Sono



  • Ronco

  • Insônia


  • Sonolência excessiva diurna

  • Sonífero

  • Adormecer

  • Narcolepsia


  • Hipersonia idiopática do sistema nervoso central (SNC)

  • Sonambulismo

  • Apneia do sono

  • Neurofisiologia

  • Sono polifásico

  • Enurese noturna

  • Sonho lúcido

  • Privação do sono

  • Sonho

  • Medicina do sono



Referências




  1. Bingham, Roger; Terrence Sejnowski, Jerry Siegel, Mark Eric Dyken, Charles Czeisler, Paul Shaw, Ralph Greenspan, Satchin Panda, Philip Low, Robert Stickgold, Sara Mednick, Allan Pack, Luis de Lecea, David Dinges, Dan Kripke, Giulio Tononi (2007). «Waking Up To Sleep» (Several conference videos). The Science Network. Consultado em 25 de janeiro de 2008  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)


  2. «Aas Net | Aas Net». www.aasnet.org (em inglês). Consultado em 23 de fevereiro de 2017 


  3. DORLAND citado por ROPER; LOGAN; TIERNEY, 1993, 466


  4. Fontaine, Briggs e Popoe-Smith (2001)


  5. Ricardo Teixeira (novembro de 2008). «Afinal, devemos dormir quantas horas por dia?». Jornal Conversa Pessoal no Portal do Senado do Brasil. Consultado em 8 de agosto de 2012 


  6. «2015 Intensive Scoring Review Course: Sleep Stage Scoring - American Academy of Sleep Medicine (AASM) - em inglês». AASM (em inglês). Consultado em 24 de outubro de 2016 


  7. (cf. BOLANDER, 1998)


  8. Corpo e Saúde, Seleções do Reader's Digest


  9. Sono, Dicionários de Termos Maçónicos, Sol Brilhando


  10. «Hypnos». Wikipedia, the free encyclopedia (em inglês). 9 de setembro de 2016 


  11. «Morpheus (mythology)». Wikipedia, the free encyclopedia (em inglês). 29 de agosto de 2016 



Ligações externas |



  • Dr. Drauzio Varella - Distúrbios do sono

  • Perturbações do sono




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