Nomenclatura vernácula
Nomenclatura vernácula se refere aos nomes de seres vivos em língua vernácula, nativa, por oposição aos nomes científicos, em latim.
A grande maioria da espécies de seres vivos não possui uma denominação vernácula. Além disso, ao contrário da nomenclatura científica, a denominação vernácula, sendo criada pelo povo, não costuma guardar sistematização.[carece de fontes]
Segundo o ICZN, um nome vernáculo (ou comum, popular, trivial, vulgar) é o nome de um táxon em qualquer língua que não a da nomenclatura zoológica científica, em latim, não possuindo estatuto em nomenclatura zoológica, exceto certos nomes do grupo de família.[1] Da mesma forma, o ICBN não se ocupa com a regulação dos nomes vernáculos, cuidando apenas dos científicos.
Um nome vernáculo, em sentido amplo, pode indicar, na realidade, ao menos três situações distintas: (1) nomes vernáculos verdadeiramente populares, denotam grupos de organismos de conhecimento geral (ex., hipopótamo, alface), (2) nomes vernáculos eruditos, artificiais, criados por técnicos quando não existem nomes verdadeiramente populares (ex., carriça-australiana, para os pássaros australianos da família Maluridae; aranha-do-mar, para os representantes do grupo Pycnogonida), ou (3) nomes paracientíficos, surgidos diretamente através de ligeira adaptação do nome científico à correspondente língua vernácula (ex., vertebrados, a partir de Vertebrata).[2]
Um mesmo nome vernáculo pode se referir a várias espécies distintas, como pardal, que se refere a várias espécies do gênero Passer. Por outro lado, uma mesma espécie pode possuir múltiplos nomes vernáculos em uma mesma língua, como é o caso do Puma concolor que pode ser denominada de puma, suçuarana e onça-parda. E enfim, uma mesma espécie pode possuir inúmeros nomes vernáculos em línguas diferentes, como Panthera leo:
Língua | Nome vernáculo |
---|---|
Português | Leão |
Inglês | Lion |
Espanhol | León |
Alemão | Löwe |
Francês | Lion |
Italiano | Leone |
Neerlandês | Leeuw |
Referências
↑ PAPAVERO, N. (org.). Fundamentos Práticos de Taxonomia Zoológica. 2a ed. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1994.
p. 245, [1].
↑ GARRIDO, C. (2012). Divergências no inventário das línguas e na constituição dos elementos lexicais equivalentes como fonte de discordâncias interculturais na tradução de textos destinados ao ensino e divulgação da ciência. Lebende Sprachen, 57(2), 238-264, [2].
Bibliografia |
- CORRÊA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926-1978. 6 v. link.
- IHERING, R. von. Dicionário dos animais do Brasil. São Paulo: Diretoria de Publicidade Agrícola, 1940. link.
- PINTO, J. A. Diccionario de Botanica Brasileira. Rio de Janeiro. Typographia Perseverança. 1873. link.