Palácio das Necessidades






Palácio das Necessidades, Lisboa.




Palácio das Necessidades (esq.): vista a partir do rio Tejo.


O Palácio das Necessidades (anteriormente chamado Convento de São Filipe de Néri e Convento de Nossa Senhora das Necessidades) é um antigo convento e actual palácio que se localiza no Largo do Rilvas, freguesia da Estrela (Prazeres), em Lisboa, Portugal. É a atual sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.




Índice






  • 1 História


  • 2 Interiores[2]


  • 3 Ministério dos Negócios Estrangeiros


  • 4 Referências


  • 5 Ver também





História |


Antigo convento da Congregação do Oratório, o conjunto foi iniciado no século XVIII por determinação de D. João V de Portugal, na sequência de um voto daquele monarca feito a Nossa Senhora das Necessidades, cuja ermida se erguia nesse local.


O palácio tornou-se residência dos reis da Dinastia de Bragança a partir de D. Maria II de Portugal, excepção feita ao seu filho D. Luís I de Portugal, que preferiu o Palácio Nacional da Ajuda.


D. Maria II vai decorar o Palácio das Necessidades com o recheio herdado do seu avô D. João VI, encomendado a fornecedores franceses para o Paço de São Cristóvão para 2 ocasiões particulares: o casamento do seu filho D. Pedro com D. Leopoldina e para a sua aclamação como rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, bens trazidos para Portugal por D. Pedro aquando das lutas liberais.[1]


D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha e Koháry, marido de D. Maria II, residiu neste palácio até à sua morte, nele reunindo uma grande colecção de arte, que viria a dispersar-se após o seu falecimento. O palácio sofreu então várias remodelações, fruto do gosto dos vários monarcas que nele residiram, a última das quais levada a cabo já no início do século XX, por vontade de D. Carlos I de Portugal, que mandou ampliar a sala de jantar, devido à ampla actividade diplomática por ele empreendida.


As Necessidades foram o palco de alguns acontecimentos importantes da história portuguesa, como é exemplo aqui se reuniram as Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa as quais aprovaram a primeira Constituição portuguesa.




Rainha D. Amélia de Orleães e o rei D. Manuel II no Palácio das Necessidades.


Um outro exemplo é a célebre caixa que o rei D. Pedro V mandou instalar à porta e onde todos podiam deixar as suas queixas e mensagens ao soberano.
O último grande acontecimento, que viria também a ser o epílogo da Monarquia, foi o funeral do rei D. Carlos e do príncipe D. Luís Filipe de Bragança, em 8 de fevereiro de 1908.


Durante o reinado de D. Manuel II não se alterou em nada a fisionomia do Palácio. O jovem rei continuou, inclusivamente, a ocupar os seus aposentos de Infante no rés-do-chão, à direita da porta principal da entrada.


Em 5 de Outubro de 1910, o Palácio, devido à sua condição de residência oficial do rei, foi bombardeado por um dos navios estacionados no rio Tejo, afectos às forças republicanas, o Adamastor. O bombardeamento causou ainda alguns estragos no Palácio, tendo mesmo uma das granadas atingido os aposentos do Rei, que se refugiou num pavilhão da tapada das Necessidades. Valeu então ao edifício a prudência de um empregado do palácio, que cortou o mastro onde flutuava o estandarte real, levando os republicanos a pensar que o jovem monarca tinha abandonado a sua residência. No entanto, D. Manuel II só deixou as Necessidades horas depois, refugiando-se no Palácio Nacional de Mafra, cessando assim a missão de residência régia deste edifício.


Muitas obras de arte que se encontravam no Palácio e que eram bens privados de D. Manuel II seguiram depois para a sua residência de exílio, em Londres.



Interiores[2] |


Algumas das divisões do palácio são:




  • Sala dos Marechais ou Amarela - assim designada por estar decorada com os retratos a óleo dos Marechais do Reino (Duques da Terceira e Saldanha e Almirante Conde Naffier de S. Vicente) e ainda pela cor da seda que lhe revestia as paredes.


  • Sala das Damas ou Etrusca - possui no tecto pintado quatro figuras: Triunfo do Amor, os Amores de Marte, o juízo de Páris e Apolo e Dáfne.


  • Sala do Bilhar ou dos Mármores - Esta sala destinou-se ao jogo do bilhar.


  • Sala Azul, dos Embaixadores ou do Despacho - assim conhecida pela cor azul dos estuques do tecto e da seda azul que lhe forrava as paredes.


  • Sala do Trono ou Encarnada - Possui um tecto embelezado com quatro figuras: Justiça, Prudência, Fortaleza e Temperança.


  • Sala Particular de Sua Majestade A Rainha ou do Renascimento - Trata-se de uma sala de reduzidas dimensões que ostenta as mais belas pinturas de sobreportas e de tectos de todo o palácio.


  • Sala De El Rei - Trata-se de uma sala em estilo Luís XV.



Ministério dos Negócios Estrangeiros |


Após a proclamação da república, em 5 de outubro de 1910, o Palácio das Necessidades ficou vazio até ser ocupado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) que, vindo do Terreiro do Paço, ali se instalou por volta de 1950. Em Maio desse ano, terminaram as obras de adaptação do edifício a sede do referido Ministério sob orientação do Arquitecto Raúl Lino.[3]


O MNE continua a desempenhar as suas funções neste edifício, sendo grande parte das colecções reais transferidas para o museu do Palácio Nacional da Ajuda. Ainda hoje a referência às Necessidades é sinónimo de política externa em Portugal.[4]



Referências




  1. Museus, Palácios e Mercados de Arte/editora Scribe - O Acervo das Necessidades no Reinado de D. Maria II - Eduardo Alves Marques


  2. Revista Municipal da Câmara Municipal de Lisboa n.º2, 1982.


  3. «Governo de Portugal» 


  4. [1]



Ver também |



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